Gilmar César de Lima, acusado de matar o professor indígena Xokleng Marcondes Nambla em janeiro de 2018, na cidade de Penha, no Litoral Norte, vai a júri popular. O julgamento está marcado para acontecer em 26 de junho, às 9 horas no Fórum de Balneário Piçarras. Marcondes morreu dois dias após ser espancado com um pedaço de madeira.
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O acusado, que teve o mandado de prisão preventiva decretada por homicídio, chegou a ficar foragido. Dez dias depois do crime, ele foi encontrado em uma casa na cidade de Gaspar. A denúncia oferecida pelo Ministério Público (MP) imputou a Gilmar a prática do crime de homicídio qualificado, por motivo fútil, mediante recurso que dificultou a defesa da vítima.
O documento apontou que Marcondes morreu em decorrência ao ferimento profundo na cabeça, causado pelo espancamento. À época do crime, imagens de circuitos de segurança de uma loja de ferragens flagraram o momento das agressões. O vídeo mostra um homem, junto a um cachorro, agredindo o professor a pauladas.
A primeira audiência para ouvir as testemunhas sobre o caso aconteceu em abril de 2018. Na data, a defesa solicitou um exame de avaliação de saúde mental. O resultado comprovou a sanidade do réu. Gilmar chegou a enviar uma carta à família de Marcondes em que confessa ter desferido os golpes contra o professor, mas sem a intenção de matá-lo. Ele ainda pede desculpas aos familiares da vítima.
De acordo com Jeremias Felsky, advogado de defesa, Gilmar irá aguardar a irá aguardar o júri popular para apresentar a defesa de Gilmar.
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Relembre o caso
Em 1º de janeiro de 2018, o professor foi encontrado, em uma rua do Centro de Penha, desacordado, com um ferimento profundo na cabeça e sangramento nos ouvidos. Marcondes morreu dois dias depois, no hospital. O vídeo de uma câmera de monitoramento filmou a agressão.
Nas imagens é possível ver um homem, na companhia de cachorro, que anda de um lado paro outro. Marcondes aparece e dos dois conversam rapidamente. Quando o professor vira de costas, o suspeito dá uma paulada na cabeça do professor. Ele cai no chão e continua sendo espancado com o pedaço de madeira até o acusado fugir do local.
Marcondes era professor na escola indígena José Boiteux laklano. Era orientador e lutava para fortalecer a língua Xokleng. De acordo com colegas, ele atuava como juiz na aldeia. Fazia trabalho voluntário e era formado no curso Licenciatura Intercultural Indígena do Sul da Mata Atlântica, pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).