Natanael Antonio Mira, 49 anos, acusado de matar a esposa Sheila Priebe a facadas, vai a júri popular nesta quinta-feira (10) em Joinville. O crime aconteceu há pouco mais de um ano, em 23 de setembro, no bairro Vila Nova, na Zona Oeste da cidade. De acordo com a denúncia do Ministério Público (MP), os dois mantinham união estável há alguns anos.
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A sessão, que começa às 13h, será presidida pelo juiz Márcio Schiefler Fontes, a acusação será de responsabilidade do promotor Ricardo Paladino e a defesa ficará a cargo da defensora Sarita de Paiva. O réu responde pelo crime de feminicídio, com meio que dificultou a defesa da vítima.
De acordo com a defensora, o réu estava com transtorno depressivo há algum tempo, inclusive realizando tratamento com diversos remédios de uso controlado. Além disso, Natanael é dependente químico e aproximadamente 15 dias antes do crime teve um surto e foi atendido no Posto de Saúde do bairro Vila Nova. Cerca de três meses após o assassinato de Sheila, o réu passou por um exame de sanidade mental.
— Neste episódio, ele recebeu um encaminhamento para passar por tratamento psiquiátrico, mas a consulta estava agendada para fim de setembro, o crime aconteceu dias antes — afirma Sarita.
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O corpo da mulher foi encontrado pela polícia com marca de pelo menos três facadas. Além disso, no corpo dela haviam outras lesões, que teriam sido provocadas em uma tentativa de defesa. Natanael foi preso em flagrante horas após o crime. Em depoimento, ele informou que chegou a casa e discutiu com a mulher. O casal teria ido até o quarto, mas o homem retornou à cozinha, pegou uma faca e foi até o cômodo em que Sheila estava e desferiu os golpes.
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O acusado era um homem muito trabalhador, segundo a defensora, mas nos últimos meses não estava mais conseguindo ir trabalhar por causa dos problemas de saúde. No dia do crime, houve uma discussão entre o casal e ele acabou matando a esposa. Para a defesa, o homem tem consciência do crime que cometeu, mas, naquele momento, aconteceu por causa dos problemas de saúde e com as drogas.
— Após tirar a vida da Sheila, ele foi para um ponto de drogas e usou crack. Quando passaram os efeitos, ele foi para a casa do irmão e viu o que tinha acontecido. Lá ele ficou esperando a polícia chegar para se entregar. Não teve resistência, ele estava desesperado — defende.
Ainda em depoimento à época da prisão, o suspeito também relatou que, no momento da ação, não tinha nenhum motivo aparente para o crime e "não entendia o porquê tinha feito aquilo".
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