O Tribunal de Justiça do Paraná confirmou a sentença do juiz de Curitiba e o acusado de matar o blumenauense Douglas Junkes deve ir a júri popular. Porém, a Corte retirou as qualificadoras de motivo fútil e impossibilidade de defesa da vítima.

Continua depois da publicidade

Com a decisão desta quinta-feira (6), se antes Antônio Humia Dorrio poderia ser condenado de 12 a 30 anos de prisão, agora a pena pode variar de 6 a 20 anos.

Douglas morreu aos 36 anos dentro do próprio apartamento, em Curitiba, em maio de 2018. De acordo com a denúncia do Ministério Público, Dorrio teria atirado no blumenauense após uma discussão sobre som alto.

O engenheiro tocava contrabaixo e estava ensaiando dentro do imóvel. O vizinho teria ido até o apartamento por duas vezes para reclamar do barulho. Na segunda foi armado. Após um bate-boca, Douglas acabou morto.

O empresário foi detido em flagrante e teve a preventiva decretada, mas deixou a prisão em menos de duas semanas. Sem antecedentes criminais, ele aguarda o processo em liberdade, cumprindo medidas cautelares.

Continua depois da publicidade

No ano passado o juiz Daniel de Avelar determinou que o júri ocorresse por homicídio qualificado. A defesa do acusado contestou a decisão no Tribunal de Justiça, que se manifestou nesta quinta.

As partes devem ser notificadas da decisão apenas na próxima semana, por isso a acusação ainda não definiu se recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça (STJ).

— Aguardamos a publicação para termos acesso aos argumentos da decisão e ter uma melhor análise do caso, mas a probabilidade de recorrer a Brasília para que as qualificadoras sejam restabelecidas é alta — explicou o advogado da família da vítima, Rodrigo Novelli.

Defesa está contente

A defesa de Dorrio também aguarda a publicação do acórdão para decidir se recorrerá ao STJ ou não. De qualquer forma, o resultado foi satisfatório na visão dos defensores:

Continua depois da publicidade

— Foi positivo porque o Tribunal entendeu que a questão da morte não foi ocasionada pelo som alto — sustenta o advogado Bruno Thiele.

Na versão do acusado, ele não disparou com a intenção de matar. Uma luta corporal teria ocorrido e os dois passaram a disputar a arma.

Um dos tiros acertou a mão de Dorrio. Os demais mataram Douglas. A defesa alega que o som alto irritou o vizinho. Já o Ministério Público garante que testemunhas disseram que não havia qualquer barulho além do normal no condomínio.

Além do crime contra a vida, Dorrio responde por posse irregular de arma de fogo.