Foi negado na manhã desta quinta-feira (16) o recurso sobre o assassinato de Everton Balbinott de Souza, ex-companheiro da artista blumenauense Bianca Mayara Wachholz. Os magistrados do Tribunal de Justiça, em Florianópolis, decidiram por unanimidade manter a sentença da primeira instância.
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O réu deve ir à júri popular pelos crimes de homicídio qualificado por feminicídio, motivo torpe e dificuldade de defesa da vítima, além de ameaça e porte ilegal de arma de fogo. Se Everton for condenado por todos os crimes, sua pena pode chegar a 40 anos de prisão. Ainda não há data definida para o julgamento.
O advogado que representa a família da vítima, Alexandro Roberto Maba, afirma que a ação deve voltar para Blumenau e o juri popular deve ocorrer até dezembro deste ano. Ele pondera que o processo pode atrasar se o advogado do réu interpor recurso no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília, mas que essa possibilidade é remota.
— O STJ não analisa prova documental, como qualificadores de crime, apenas matérias de direito. Dessa forma, um recurso em Brasília teria como único objetivo ganhar tempo. Diante do que foi dito no julgamento do recurso, não acredito nessa possibilidade — explica Alexandro Roberto Maba.
Enquanto isso, Everton segue preso preventivamente Presídio Regional de Blumenau após diversas negativas para que ele responda ao processo em liberdade. O advogado de defesa do réu foi procurado, mas não quis se pronunciar neste momento.
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Relembre o caso
– A artista Bianca Mayara Wachholz, 29, foi morta no dia 25 de julho dentro da casa da mãe, na Itoupava Central. O ex-namorado dela, Everton Balbinott de Souza, teria invadido a residência e atirado no rosto da jovem. A mãe de Bianca estava na casa e presenciou o crime.
– O acusado fugiu e chegou a se apresentar na delegacia no dia seguinte ao crime, onde ficou em silêncio durante o depoimento e foi liberado pois o mandado de prisão preventiva ainda não havia sido autorizado pela Justiça. Dois dias após o crime, no dia 27 de julho, Everton foi preso na casa de parentes e levado ao Presídio Regional de Blumenau, onde segue até o momento.
– Ativista em ações de direitos das mulheres e idealizadora de um projeto que promoveria conversas e palestras em Blumenau com renda revertida para mulheres vítimas de violência doméstica, Bianca foi homenageada em diversos locais nos dias seguintes ao crime.