Lauri Amado de Souza Nery, acusado pelo Ministério Público de ser o responsável por provocar queimaduras em 40% do corpo da ex-companheira, em Joinville, será julgado em júri popular nesta quinta-feira. A sessão está marcada para as 13h30. O réu está preso desde fevereiro, quando se apresentou à polícia.

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O homem foi denunciado por tentativa de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, meio cruel e tornar impossível a defesa da vítima) contra a ex-companheira Maria de Fátima Cecílio, por lesão corporal contra a filha da ex-companheira e ameaça contra o ex-cunhado.

A filha de Maria de Fátima, Camila Cabral, relatou à reportagem na época do crime que o ex-companheiro da mãe entrou em casa durante a madrugada do dia 28 de janeiro, aqueceu óleo de cozinha em uma panela, adicionou ácido à mistura e atirou o líquido contra a mãe. Segundo Camila, ele teria dito a mulher que ‘se ela não fosse dele, não seria de mais ninguém’.

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O crime ocorreu dias depois de Maria de Fátima pedir a separação. Lauri também foi acusado de lesão corporal contra a filha da vítima porque Camila acabou se queimando com a mistura atirada na mãe.

Maria de Fátima ainda permanece internada na ala de queimados do Hospital São José, onde já passou por vários procedimentos cirúrgicos. O líquido atingiu 40% do corpo dela incluindo o rosto. Além de estar com o corpo debilitado em função das queimaduras, Maria de Fátima perdeu a visão.

Segundo a filha, o corpo da mãe rejeitou todas as tentativas de enxerto. Um transplante de córnea para tentar recuperar a visão também não teve sucesso. Camila conta com o apoio de uma tia para cuidar da mãe.

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– Ela está bem debilitada e emocionalmente abalada. Precisa de muitos cuidados, está bem difícil vê-la sofrer daquele jeito – lamentou a filha.

Familiares e amigos de Maria de Fátima estarão presentes na sessão do júri. Camila é uma das testemunhas que prestará depoimento.

Contraponto

Em depoimento à polícia, Lauri alegou que o crime não foi intencional. Ele relatou que aqueceu o óleo para fritar massas e que teria se irritado com os cães, por isso teria pensado em jogar o líquido nos cachorros.

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Em juízo, Lauri confirmou que jogou óleo na vítima, mas que não se recorda do ácido. O réu relatou que tomou a atitude por vingança porque teria visto roupas de homem em cima da máquina de lavar. Ele alegou ainda que não teve a intenção de matar, mas de ferir a mulher.

A defensoria pública preferiu não se manifestar sobre o caso antes do júri.