A mulher acusada de assassinar uma amiga grávida e roubar o bebê da barriga da vítima em Canelinha deve passar por um exame de sanidade mental nesta quinta-feira (22). O Instituto Geral de Perícias (IGP) de Brusque, no Vale do Itajaí, fará o teste às 9h30.

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O juiz Luiz Fernando Pereira de Oliveira, da comarca de Tijucas, liberou a execução do exame no dia 14 de setembro. A mulher confessou o crime e foi presa um dia após o assassinato.

A antiga defesa de acusada já havia solicitado o teste no dia 28 de agosto. No pedido, o exame seria necessário para avaliar a sanidade mental da acusada, uma vez que a mesma tinha histórico de abortos recorrentes. O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) negou a solicitação por entender que a mulher não se enquadrava nos conceitos devidos. 

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Quando foi presa a mulher afirmou que sofreu um aborto oito meses antes do crime. Ela manteve a situação em segredo de toda a família, inclusive do marido. Após o crime, o plano era criar o bebê da amiga. Segundo as investigações, a mulher tambem teria sondado outras mulheres grávidas. 

A defesa atual considera que a mulher tenha distúrbios psíquicos. O advogado Rodrigo Goulart espera o resultado do exame, e se ficar comprovada a incapacidade da mulher em responder pelos próprios atos, “atuará para que o caso seja desaforado da Comarca de Tijucas, a fim de que ela tenha um julgamento justo”.

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MP confirma que o esposo também foi enganado

O marido da mulher acusada, de 44 anos, foi preso suspeito de participação do crime. No entanto, no dia 7 de outubro a prisão teve um pedido de revogação feito pelo MPSC e ele foi solto. O órgão entendeu que o homem foi engado pela mulher. A conclusão veio após os promotores de Justiça Mirela Dutra Alberton e Alexandre Carrinho Muniz analisarem áudios e mensagens em celulares apreendidos. 

“As novas provas deixam claro que a mulher enganou o marido o tempo todo. Ela se aproveitava da circunstância de o marido trabalhar em outra cidade e assim conseguia manipular a situação. O marido acreditava piamente na falsa gravidez da mulher. Quanto ao dia do crime, a mulher também deu falsas informações ao marido”, indicou o MPSC.

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No dia 28 de agosto, a recém-nascida foi internada no Hospital Infantil de Florianópolis. A bebê nasceu prematura e com cortes de estilete nas costas. Depois de quase 10 dias internada, ela recebeu alta e ficou sob a guarda dos avós e do pai. 

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Relembre o caso

No dia 27 de agosto o assassinato de Flavia Godinho Mafra, 24 anos, chocou a cidade de pouco mais de 10 mil habitantes da Grande Florianópolis. A acusada do crime teria armado uma armadilha para a amiga que estava grávida. 

A mulher atraiu a vítima na promessa de uma festa de chá de bebê que aconteceria em uma cerâmica, onde o corpo foi localizado. Segundo a Polícia Civil, ao chegar no local, a acusada bateu com um tijolo na cabeça da amiga, cortou a barriga dela com um estilete e retirou o bebê

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Após o crime, a mulher simulou um parto na estrada, onde foi ajudada por populares e encaminhada para o hospital. A equipe médica suspeitou da versão da paciente, que alegou ter tido um parto espontâneo, já que constataram não haver indícios de um parto recente. Em depoimento, a mulher afirmou que as duas eram amigas. O que é negado por pessoas próximas a vítima. 

*Por Caroline Borges, G1 SC.

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