A data de julgamento da mulher acusada de assassinar uma grávida em Canelinha, na Grande Florianópolis, para roubar o bebê do ventre dela, em agosto de 2020, foi definida. O júri popular está marcado para o dia 20 de outrubro de 2021. A acusada confessou o crime e está presa há mais de um ano na Penitenciária Feminina de Florianópolis.
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O julgamento está marcado para começar às 8h na Câmara de Vereadores de Tijucas, município vizinho de Canelinha. No dia 22 de setembro, os 25 jurados serão sorteados para participar do júri. Em 20 de outubro, apenas 7 deles vão participar da sessão para definir o destino da acusada.
O advogado de defesa, Rodrigo Goulart, disse que trabalhará para que a ré confessa tenha uma pena “adequada e justa perante a gravidade do delito que foi cometido”. Ele também afirmou que vai tentar demonstrar, por meio de uma testemunha técnica, uma possível inimputabilidade da mulher, que não estava em sã consciência no momento do crime, segundo a defesa.
A mulher é acusada por seis crimes, segundo relatório do júri, elaborado pelo Ministério Público de Santa Catarina, ao qual o Diário Catarinense teve acesso.
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Os crimes supostamente cometidos por ela são: homicídio qualificado de Flávia Godinho, uma professora grávida de 24 anos; subtração de incapaz, pela retirada da criança do ventre de Flávia; e parto suposto. A mulher também é acusada de homicídio qualificado tentado do bebê, fraude processual pela retirada de objetos da cena do crime e ocultação do cadáver de Flávia, que foi achado apenas um dia depois do assassinato.
O crime foi cometido por motivo torpe, já que, segundo o MPSC, a acusada quis satisfazer um motivo “egoístico” devido à frustração de um aborto durante a gravidez.
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Durante o júri popular, 14 testemunhas de acusação e duas de defesa serão ouvidas. Além disso, a ré confessa também falará na sessão. Depois das falas da defesa e acusação, os sete jurados votam em uma sala secreta e o juiz profere a setença.
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O crime
O crime aconteceu no dia 27 de agosto de 2020. A acusada supostamente atraiu a amiga Flávia, que estava grávida de 36 semanas, a uma cerâmica desativada, em Canelinha. Lá, a mulher golpeou Flávia com tijolos até deixá-la inconsciente. A grávida ainda estava viva quando a acusada cortou a barriga dela para retirar o bebê.
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Depois disso, os objetos da cena do crime foram escondidos na casa da acusada, que colocou o corpo de Flávia em um antigo forno da cerâmica desativada. A recém-nascida foi levada pela acusada e pelo marido até o hospital da região. Ela alegou que teve um parto espontâneo.
A bebê foi tratada no hospital infantil de Florianópolis e liberada. Hoje ela tem um ano. Desde a data do crime, a acusada está presa. O ex-marido foi preso e liberado ainda em outubro de 2020.
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