O acordo entre Estados Unidos e Rússia quanto ao conflito sírio teve recepções opostas por parte do governo de Bashar al-Assad e dos rebeldes que o enfrentam.

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Enquanto Al-Assad vibrou com a solução diplomática que prevê a eliminação das armas químicas na Síria até meados de 2014, os rebeldes do Exército Livre Sírio o rejeitaram.

Al-Assad, ao se dizer satisfeito com a solução que “evitou uma guerra”, ressalvou que há muito ainda por fazer e que Damasco deve cumprir os compromissos internacionais. Obama, de certa forma, fez eco à declaração do sírio. Disse que “os EUA continuam preparados para agir” caso o regime sírio não faça jus ao acerto.

A negociação, definida no sábado, dá ao governo sírio uma semana para apresentar a lista de armas químicas e prevê a adoção de uma resolução da Organização das Nações Unidas (ONU), que trata do uso da força. Pelo acerto entre EUA e Rússia (que é aliada da Síria), inspetores deverão estar em território sírio até novembro, com o objetivo de eliminar as armas químicas do país até meados do ano que vem.

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O secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, manifestou esperança de que o acordo conduza “a esforços para acabar com o terrível sofrimento” dos sírios. Também o chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, elogiou o acerto de Genebra, classificando-o como “um passo importante”. E o ministro dos Negócios Estrangeiros da Grã-Bretanha, William Hague, publicou no Twitter mensagem de apoio ao acordo. Da mesma forma, o governo alemão se mostrou confiante em um aumento das oportunidades para uma solução política do conflito.

O banho de água fria veio da parte dos rebeldes, num fim de semana em que os combates não cessaram.

– Não podemos aceitar qualquer parte dessa iniciativa. Nós, Exército Livre Sírio, estamos despreocupados com a implementação de qualquer parte deste acordo. Eu e os meus camaradas de armas vamos continuar a lutar até o regime cair – disse o general Selim Idriss, em Istambul (Turquia).

Tentando dar um mínimo de conteúdo diplomático ao seu discurso, Idriss disse que respeita “os amigos” (na comunidade internacional) e espera que entendam sua posição.

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– Não podemos aceitar esta iniciativa, porque ela ignora os massacres do nosso povo – sustentou.

Segundo a ONU, o conflito sírio, em que a contestação popular ao regime degenerou em guerra civil, fez 110 mil mortos desde 2011 e 2 milhões de refugiados, que têm sido acolhidos sobretudo na Jordânia, Turquia e Líbano.