Atrasos e tumulto marcaram a sessão solene na Assembleia Legislativa de Santa Catarina que deu posse ao prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, do PMDB, ao vice, João Batista Nunes, do PSDB, e aos 23 vereadores, no final da tarde deste domingo. O evento estava marcado para começar às cinco horas da tarde, mas só iniciou mais de quarenta minutos depois do previsto. A justificativa do prefeito foi a participação em uma reunião com os parlamentares para conhecer detalhes do acordo, estabelecido antes da posse, que conduziu o vereador Guilherme Pereira à presidência da Câmara.

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O acerto nos bastidores rendeu 18 dos 23 votos possíveis ao parlamentar do Partido da República. Os outros concorrentes receberam cinco votos: quatro para Afrânio Boppré (PSOL) e um para Pedro Silvestre, do PP. Por mais de duas horas, os recém-empossados discutiram sobre como seria a votação – se em chapa fechada ou cargo a cargo – e, no caso da segunda opção, se a escolha seria feita do presidente até o segundo secretário ou vice-versa. Por fim, após inúmeros discursos, requerimentos e muito bate-boca diante das galerias cheias da Assembleia, além do presidente Guilherme Pereira, foram escolhidos os vereadores Roberto Katumi, do PSD, como primeiro vice, Gabrielzinho (PSB) como segundo vice, Claudinei Marques do PRB como primeiro secretário e Tiago Silva, do PMDB, como segundo secretário. Essa composição, com nomes dos partidos que apoiaram a candidatura de Gean, dá mais tranquilidade para o novo chefe do executivo municipal enfrentar a situação financeira do município, que segundo a equipe de transição, é agravada por um rombo de R$ 800 milhões no caixa.

Depois do atraso de ontem, o prefeito marcou uma reunião com o colegiado para às 6 horas da manhã desta segunda-feira. O horário foi determinado para transmitir a ideia de que há muito trabalho e nenhum tempo a perder para enfrentar os principais desafios da cidade para os próximos anos. Entre as questões mais polêmicas estão a regulamentação do aplicativo de transporte individual Uber, a modernização da Comcap – que tem receita anual de R$ 54 milhões e despesa de R$ 160 milhões -, e a dívida com o Consórcio Fênix, que segundo o grupo de empresas que opera o transporte coletivo da cidade, supera os dez milhões de reais.