Os rebeldes sírios aceitaram neste domingo abandonar a cidade de Duma, o último reduto insurgente de Ghuta Oriental, perto de Damasco, após um acordo com representantes da Rússia, anunciou a ONG Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
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As forças rebeldes não confirmaram até o momento o acordo, mas o jornal sírio pró-regime Al Watan, que citou “fontes diplomáticas”, informou que os rebeldes abandonarão o armamento pesado e deixarão a cidade de Duma. Eles devem seguir para áreas da região norte do país controladas por insurgentes.
Segundo o OSDH, o acordo final entre o grupo Yaish Al Islam e a Rússia prevê que os rebeldes e suas famílias, assim como os civis que desejarem, sejam transportados para territórios insurgentes na província de Aleppo.
“A polícia militar russa entrará na cidade”, explicou o OSDH, organização que tem uma ampla rede de fontes na Síria.
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O acordo é similar a outros, também mediados pela Rússia, estabelecidos com dois grupos rebeldes que já abandonaram os territórios que controlavam em Ghuta.
A operação de retirada já começou em Duma, sobretudo com a saída de civis doentes ou feridos, mas também de famílias de combatentes rebeldes da facção Faylaq Al Rahman, minoritária no território controlado pelo Yaish Al Islam
As pessoas que abandonam a cidade seguem para a província de Idlib, noroeste do país.
A imprensa estatal síria anunciou a “saída de um certo número de terroristas do Faylaq Al Rahman da cidade de Duma”. O regime classifica os rebeldes como “terroristas”.
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Durante a manhã, o OSDH havia informado sobre um acordo parcial para a retirada de civis de Duma e de negociações que se aproximavam de um acordo total.
Após a evacuação de Duma, o governo sírio assumirá o controle total de Ghuta Oriental, o que representa uma vitória militar e política de grande magnitude para o regime do presidente Bashar al-Assad.
Após os intensos ataques que mataram 1.600 civis em cinco semanas, dois dos três grupos insurgentes que ainda estavam na região abandonaram suas posições.
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Mais de 45.000 rebeldes e civis deixaram Ghuta em 10 dias, segundo o OSDH.
A cidade de Duma, em Ghuta Oriental, é o último bastião nesta região sob controle do grupo Yaish Al Islam, mas sofreu inúmeros bombardeios e um cerco permanente nos últimos três anos.
Abdel Rahman, diretor do OSDH, disse que o acordo parcial da manhã de domingo permitiu a retirada de 1.300 pessoas.
No sábado, o regime sírio prometeu prosseguir com os combates para retomar o último reduto insurgente. Como forma de pressão, as forças governistas consolidaram sua presença ao redor de Duma.
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“A vitória em Ghuta é um prego no caixão dos terroristas”, afirmou à TV estatal um oficial do exército sírio.
Ghuta foi uma das primeiras regiões do país a registrar manifestações contra o regime em 2011.
Nos últimos dias, milhares de habitantes de Duma fugiram para zonas sob controle do regime, transitando por corredores abertos pelo exército sírio.
Graças ao apoio militar russo, o regime de Damasco conseguiu mudar o rumo da guerra e conquistar vitórias sobre os rebeldes e jihadistas até reconquistar mais da metade do país.
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* AFP