Passava do meio dia de sexta-feira quando o celular do líder do PSB na Câmara, Beto Albuquerque, tocou. Ele havia acabado de chegar a um shopping, em Porto Alegre, para almoçar. Do outro lado da linha, o deputado Walter Feldman, um dos principais apoiadores de Marina Silva, queria saber a opinião do parlamentar gaúcho sobre a possibilidade de somar a ex-senadora ao projeto presidencial de Eduardo Campos. A estratégia previa consultar os líderes do PSB antes de obter o aval do governador. Beto disparou:
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– É o nosso sonho de consumo!
Este foi apenas um dos telefonemas que possibilitaram a costura da aliança. As conversas que buscavam aproximar Marina e Campos se sucederam, em sigilo, ao longo da sexta-feira. Entre os interlocutores estavam o deputado Márcio França (PSB-SP) e o senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Segundo integrantes da cúpula do partido, o PSB não queria repetir a estratégia de outras siglas, como o PPS e o PTB, que expuseram seus convites em redes sociais. A intenção era evitar um tom invasivo. Um dos atores fundamentais neste processo foi o senador Pedro Simon (PMDB), que esteve ao lado de Marina durante todas as etapas de criação da Rede.
Ele conversou por telefone com os dois principais personagens do jogo, incentivando a aliança. Mais tarde, Campos agradeceria ao senador citando-o nominalmente em seu discurso, relembrando até mesmo a amizade com seu avô, Miguel Arraes.
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Confira a trajetória de Marina Silva em 2013: