O conservador Sebastian Kurz e o Partido da Liberdade da Áustria (FPO) anunciaram nesta sexta-feria um acordo de coalizão que abrirá as portas da Chancelaria ao jovem democrata cristão e que supõe o retorno da extrema direita ao governo austríaco.
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“Chegamos a um acordo de governo para os próximos cinco anos”, anunciou Kurz, junto com o chefe do FPO, Heinz-Christian Strache, após o último dia de negociações.
“Os eleitores nos deram o mandato claro de levar em conta suas preocupações, sobretudo em matéria de segurança”, acrescentou Strache.
A posse do novo governo por parte do presidente da República está prevista para segunda-feira, após a ratificação oficial do acordo de coalizão dos dois partidos no sábado.
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Esta aliança representa o auge de um espetacular ano para a extrema direita na Europa, que conseguiu avançar em Holanda, França e Alemanha, embora em nenhum desses três casos tenha conseguido chegar ao poder.
Vencedor das eleições legislativas de 15 de outubro, Kurz abriu nove dias mais tarde conversas exclusivas com Heinz-Christian Strache.
O sucesso dessas negociações estava previsto há algum tempo. Chefe da diplomacia austríaca desde 2013, Kurz se orgulha de ser um dos principais artesãos do fechamento aos migrantes da rota dos Bálcãs em 2016, e durante a campanha eleitoral foi se aproximando às temáticas do FPO, em particular na questão da migração.
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Em 2000, a entrada do FPO no governo austríaco provocou sanções europeias, uma possibilidade que agora parece distante, em um contexto de ascensão dos partidos populistas e anti-imigrantes, enquanto Strache, de 48 anos, foi polindo a imagem de sua formação.
Nas eleições de 15 de outubro, os conservadores conseguiram 31,5% dos votos, os social democratas 26,9%, e o FPO 26%.
* AFP