A presidente Dilma Rousseff afirmou que o Mercosul deve propor à União Europeia um calendário de negociações para concluir neste ano o acordo de comércio bilateral entre os blocos econômicos. A declaração foi feita ao lado do presidente Uruguai, Tabaré Vázquez, em cerimônia no Palácio do Planalto, nesta quinta-feira.
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– Vamos continuar aperfeiçoando o Mercosul e diversificando parcerias comerciais – afirmou.
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– Fazer o acordo entre o Mercosul e a União Europeia este ano é prioridade da agenda externa do bloco. Vamos propor à União Europeia que definamos para o mais breve possível a data de apresentação simultânea das nossas propostas comerciais.
A presidente ressaltou que o Mercosul segue como mecanismo comercial importante para a América do Sul por ser “um ambicioso processo de integração” regional e classificou o bloco de “patrimônio comum” que precisa se adaptar às circunstâncias.
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– Não podemos nos acomodar, precisamos melhorar, avançar, cada vez mais. Um passo importante consiste na elaboração de programas que contribuam para a diminuição de assimetrias entre os sócios – disse.
Dilma destacou que o Brasil está trabalhando pela renovação do Fundo para a Convergência Estrutural e Fortalecimento Institucional do Mercosul (Focem), que foi criado em dezembro de 2004. O fundo tem como objetivo aprofundar o processo de integração regional no Cone Sul, por meio da redução de assimetrias e do incentivo à competitividade na região. O Brasil é o país do Mercosul que fez o maior aporte ao fundo.
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Uruguai
Na cerimônia, Dilma disse também que o Brasil pretende estabelecer um “intercâmbio permanente de eletricidade” com o Uruguai, após uma série de empreendimentos realizados no setor pelos dois países.
– Todas essas iniciativas (no setor elétrico) fazem parte de um propósito. Esse propósito é estabelecer processo de intercâmbio permanente de eletricidade entre os dois países – disse.
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A parceria já havia sido detalhada em fevereiro pelo presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, que disse que importar energia do Uruguai será algo vantajoso para o Brasil, o que se refletirá no preço da tarifa praticado internamente. O comentário foi feito pouco antes de o ex-presidente José Mujica e Dilma inaugurarem o parque eólico de Artilleros, o primeiro empreendimento da Eletrobras a gerar energia no exterior.
Segundo a Eletrobras, a energia produzida pelo parque se destinará ao sistema elétrico do Uruguai, mas a capacidade instalada naquele país vai permitir que a geração de excedentes de energia seja intercambiada com o sistema elétrico brasileiro. O investimento do projeto é de US$ 103 milhões, dos quais US$ 23,5 milhões foram bancados pela Eletrobras – o restante foi pago pela estatal uruguaia UTE e pela Corporación Andina de Fomento.