Os sentimentos daquela madrugada de 23 de março seguem na memória de uma paciente que foi supostamente estuprada enquanto estava internada no Hospital Tereza Ramos em Lages, na Serra catarinense. O suspeito seria um técnico de enfermagem da unidade, que foi demitido. A Polícia Civil aguarda o resultado da perícia para continuar a investigação, que segue em sigilo.

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A mulher, que não quis se identificar, concedeu entrevista à NSC TV nesta terça-feira (28). Ela conta que estava internada na unidade, em um quarto isolado, a oito dias para tratar de uma infecção pulmonar. Na noite de quarta-feira (22), o suspeito teria entrado no local e dado a ela medicamentos de rotina. Depois, ele retornou com outro medicamento que, de acordo com o homem, seria para acalmar a mulher por conta de um exame que seria realizado no dia seguinte.

— Eu notei que ele começou a me olhar de forma estranha. Eu estava de camisola, totalmente desarrumada, doente, bastante debilitada, mas sentia um nervosismo por parte dele, me olhando muito — conta.

Técnico de enfermagem é demitido após suspeita de estupro contra paciente em SC

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Em seguida, a paciente conta que adormeceu, mas sentiu durante a madrugada ele manipulando o corpo dela.

— O que me deixou deixou consciente foi uma dor do meu pulmão que, como ele estava manipulando o meu corpo para ficar melhor para ele cometer o assédio, ele me moveu de um jeito que meu pulmão doeu tanto que o meu subconsciente se acordou. Ele estava mexendo nas minhas genitais, introduziu o dedo com muita força na minha genital. Senti também uma movimentação dele, se masturbando — relata.

No dia seguinte, ao acordar, ela acionou as enfermeiras do hospital, que chamaram a diretora da unidade, e contou o que tinha acontecido. Foi nesse momento que a polícia foi acionada.

— Eu acordei no desespero, chorando, tremendo, com medo que ele entrasse de volta no quarto — relembra.

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Técnico foi demitido

De acordo com a direção do hospital, o homem, que atuava como técnico de enfermagem, foi demitido na sexta-feira (24). Conforme a Secretaria de Estado da Saúde (SES),  ele era contratado via CLT, em caráter temporário, e atuava na ala de isolamento do hospital, onde são colocados pacientes com possibilidade de agravamento de saúde. Mesmo com a demissão, o técnico de enfermagem segue respondendo processo administrativo. (confira a nota na íntegra)

A investigação é conduzida pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (DPCAMI) de Lages. Segundo a polícia, a equipe aguarda o resultado dos exames e da perícia para prosseguir com a apuração do caso, que corre em sigilo.

Para o advogado da vítima, Éder Mauro Dorl, a situação deve ser tratada como estupro de vulnerável..

— Esse tipo de crime é considerado pelo direito como um crime clandestino pelo fato que ele acontece apenas com o autor e a vítima, em um local onde não há mais ninguém, então a palavra da vítima tem muita força nesse momento — pontua.

Confira a nota na íntegra:

“Informamos que na manhã de ontem, 23/03, a Direção do Hospital e Maternidade Tereza Ramos – HMTR recebeu a informação de que uma paciente internada na Unidade reportou ter sido vítima de um ato de
violência sexual ocorrido na madrugada.

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Imediatamente após conhecimento da denúncia, os órgãos responsáveis pela a apuração do caso foram acionados, a saber, as Polícias Civil e Científica, as quais compareceram ao Hospital e já iniciaram os
procedimentos cabíveis.

Conforme orientação da Polícia Civil, o caso é investigado sob absoluto sigilo, razão pela qual não podemos fornecer qualquer informação neste momento.

Entretanto, reiteramos que o HMTR está à disposição da paciente para quaisquer esclarecimentos e que todas as medidas administrativas necessárias estão sendo tomadas, inclusive a restrição de atividades dos
profissionais envolvidos.

O HMTR repudia qualquer ato de violência contra a mulher e está comprometido com a investigação em andamento“.

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*Com informações de Schaina Marcon, da NSC TV Lages

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