Confira abaixo as principais etapas do ‘caso Serguei Skripal’, desde o envenenamento do ex-agente russo e de sua filha Yulia, em 4 de março, no Reino Unido:
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– O ataque em Salisbury –
Em 4 de março, Skripal, de 66 anos, e sua filha, de 33, são encontrados inconscientes em um shopping de Salisbury (sul da Inglaterra). São internados em estado grave, assim como o policial que teve contato com eles.
Em 2006, esse ex-coronel do serviço de Inteligência do Exército russo havia sido condenado na Rússia por “alta traição”, acusado de vender informação para os britânicos.
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Em 2010, beneficiou-se de uma troca de prisioneiros organizada entre Moscou, Londres e Washington e se instalou na Inglaterra.
Em 7 de março passado, a Polícia revela que Skripal e sua filha foram envenenados por um agente altamente neurotóxico. Segundo as autoridades britânicas, o agente neuroparalítico da família “Novichok” procede de um programa químico nuclear soviético.
– Londres acusa, Moscou se indigna –
No dia 12, a primeira-ministra britânica, Theresa May, acusa Moscou – a “única explicação plausível”. Moscou rejeita as acusações e fala de “provocação”.
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Os Estados Unidos apoiam Londres, seguido pouco depois por França e Alemanha.
No dia 14, Londres anuncia represálias contra a Rússia e a expulsão de 23 diplomatas russos.
No dia 15, Londres, Paris, Berlim e Washington acusam Moscou, em uma declaração conjunta.
No dia seguinte, Londres considera “extremamente provável” que o presidente russo, Vladimir Putin, tenha “ordenado” pessoalmente o envenenamento – acusação “imperdoável”, segundo a Rússia.
– Réplica russa –
No dia 17, véspera da eleição presidencial russa, Moscou anuncia a expulsão de 23 diplomatas britânicos, o fechamento do British Council e do consulado britânico em São Petersburgo.
Uma vez reeleito, Putin chama as acusações ocidentais de “disparate”.
– Especialistas da OPAQ –
No dia 20, especialistas da Organização para a Proibição de Armas Químicas (OPAQ) chegam ao Reino Unido para coletar amostras do veneno utilizado.
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Moscou afirma, no dia 21, que o envenenamento de Skripal é um “ataque terrorista”, ou uma encenação de Londres.
– Expulsões cruzadas –
Em 26 e 27 de março, Washington e 18 países da União Europeia (UE), além de Ucrânia, Canadá, Noruega e Austrália anunciam a expulsão de 122 diplomatas russos, entre eles 60 “espiões” nos Estados Unidos.
Em 29 e 30, Moscou rebate, com medidas idênticas, sobre um número equivalente de diplomatas desses países.
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O estado de Yulia Skripal “melhora rapidamente”, segundo o hospital, mas seu pai continua em condição crítica.
– Sem provas –
Em 3 de abril, o laboratório britânico de Porton Down admite não ter provas de que a substância utilizada provenha da Rússia. O Kremlin pede a Londres para “apresentar desculpas”.
No dia 4, Moscou acusa os serviços secretos britânicos e americanos de terem envenenado o ex-agente.
– Mais dois casos –
A Polícia anuncia, em 4 de julho, que dois britânicos encontrados em estado crítico a 15 quilômetros de Salisbury – onde Skripal e sua filha foram envenenados em março – estiveram expostos ao mesmo agente neurotóxico, o Novichok.
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“Não há prova” de que o homem e a mulher, Charlie Rowley e Dawn Sturgess, ambos de 44 anos, “tenham sido alvo de algum ataque”, de acordo com a Polícia.
“É o mesmo agente. Os especialistas determinarão se vem do mesmo lote”, diz a Polícia.
A Polícia antiterrorista assume a investigação, assim como no caso Skripal, embora ainda não haja um vínculo entre os dois casos.
* AFP