Começou nesta quarta-feira (9) o julgamento do autor do ataque que matou cinco pessoas em uma creche de Saudades, no Oeste de Santa Catarina, em maio de 2021. A primeira sessão se estendeu das 8h30 da manhã até por volta das 21h. O Tribunal do Júri ocorre no Fórum de Pinhalzinho, município vizinho ao local da tragédia, com possibilidade de se estender até sexta (11).
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Neste primeiro dia, foram convocados seis sobreviventes, oito testemunhas de acusação e outras quatro de defesa, com previsão de que parte dos depoimentos poderiam ser dispensados.
Durante o período da manhã, três sobreviventes foram ouvidos, sendo o primeiro deles a partir das 9h45. Uma testemunha de acusação também falou aos jurados. Já as outras três vítimas foram dispensadas.
O julgamento chegou a ser suspenso por cerca de uma hora para almoço, sendo retomado às 13h50 com o depoimento testemunhas de acusação.
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Na parte da tarde, mais duas testemunhas da acusação puderam falar e, depois, foi a vez de três das testemunhas de defesa serem ouvidos pelo júri, enquanto uma outra foi dispensada. Parte dos depoimentos foi feita por chamada de vídeo.
Por volta das 20h40, foi dado início ao interrogatório do réu, o que, anteriormente, tinha previsão de ocorrer apenas no dia seguinte. Ele optou, no entanto, por permanecer em silêncio. Segundo o Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC), o acusado acompanhou toda a sessão em uma sala separada.
O réu responde pelos cinco assassinatos e também por 14 tentativas de homicídio.
Nesta quinta (10), o julgamento será retomado às 8h30 com a explanação da acusação e defesa. Ambos também terão direito a réplica e tréplica.
O tribunal é presidido pelo juiz da Vara Única, Caio Lemgruber Taborda, que poderá estender o julgamento até sexta, uma vez que não há previsão de encerramento das sessões.
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11 minutos, 1 ano depois: como Saudades renasceu após dia de horror
Expectativa de familiares e forte esquema de segurança
Por volta das 8h30 do primeiro dia de júri, familiares e pessoas da região se reuniam em frente ao fórum para acompanhar o julgamento, mesmo embaixo de chuva. A creche onde ocorreu o crime teve as aulas suspensas para que os funcionários pudessem acompanhar a sessão.
— É um momento aguardado há muito tempo e finalmente aconteceu. Estamos clamando por justiça e pela condenação do réu. Todos os funcionários estão acompanhando, em sinal de solidariedade — diz a secretária de educação de Saudades, Gisela Ivani Hermann.
O júri é formado por sete jurados, que foram sorteados no início da sessão entre 26 pessoas convocadas. Fazem parte do grupo seis mulheres e um homem. Todos moram na região de Pinhalzinho.
Foram disponibilizados 84 assentos para ouvintes no fórum, ocupados por familiares, pessoas da defesa, autoridades do Ministério Público e da OAB. Havia também pessoas do lado de fora.
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As ruas que no entorno do fórum foram fechadas sob forte esquema de segurança, formado por 12 policiais penais do Núcleo de Operações Táticas (NOT), 17 policiais militares de Pinhalzinho e Chapecó, e dois bombeiros.
Relembre o caso
O crime ocorreu em 4 de maio de 2021. O agressor então com 18 anos entrou na creche Pró-Infância Aquarela, em Saudades, invadiu uma sala onde as crianças dormiam e matou uma professora, uma agente educacional e quatro crianças. Apenas um bebê de um ano e oito meses sobreviveu.
O agressor foi preso em flagrante no dia do crime. Durante as investigações, policiais encontraram indícios de inspiração em outros ataques a escolas, como os massacres de Suzano, em São Paulo, e o de Columbine, nos Estados Unidos. Ele ficou detido em um hospital psiquiátrico em Florianópolis enquanto o processo tramitava em segredo de justiça.
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As vítimas são Anna Bela F. de Barros, de um ano e oito meses; Sarah Luiz Mahle Sehn, de um ano e sete meses; Murilo Massing, de um ano e nove meses; a assistente Mirla Renner, de 20 anos; e a professora Keli Anicevski, de 30 anos.
*Com informações de Gabriel Guimarães, da NSC TV Chapecó