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Estar em Joinville e exibir a credencial do Festival de Dança, seja se apresentando, seja tendo aulas, é um feito e tanto para qualquer bailarino de fora da cidade. Se a distância até o sonho de participar do maior evento de dança do mundo for de alguns milhares de quilômetros, então o êxito é completo. Viver isso implica passar horas em ônibus ou aviões e se instalar em locais que, ainda que bem estruturados, passam longe do conforto doméstico. É dividir o quarto com várias pessoas, acordar cedo e, dureza das durezas, enfrentar temperaturas gélidas, se comparadas com as de casa. Sim, ficar instalado num dos cinco alojamentos do Festival não é moleza, mas também proporciona diversão, afinidade entre o grupo e novas amizades.

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Os 23 integrantes da The Fusion Norte Company saíram de Manaus com 44º C cientes de que a temperatura despencaria durante a viagem. Por mais que o frio tenha abrandado nos últimos dias, ele ainda é dolorido para os amazonenses, presentes pelo sétimo ano consecutivo no Festival. Por isso, na mala vieram, além dos figurinos coloridos sobre a cultura local, muitos cobertores e casacos. E, claro, uma força de vontade que supera as baixas temperaturas.

Confira a programação completa do Festival de Dança de Joinville

– Tenho vontade de não dançar, mas a gente veio para mostrar a nossa cultura. Nos apresentamos e deixamos para morrer de frio depois – brinca Matheus Carvalho, 17 anos.

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Ele e os companheiros ficarão até domingo alojados no Recanto da Paz, no bairro Itinga, abrigo para 4,4 mil pessoas ao longo do Festival. Nenhuma novidade para o grupo, acostumado com o ambiente coletivo.

– É por necessidade, até porque o custo dos hotéis é muito alto. E aqui, por causa da segurança, dos quartos com banheiro, por ter um palco onde passar a coreografia, se torna prático – explica André Durand, diretor da companhia.

Ainda que não seja perfeito – a distância até o Centro pode levar até 40 minutos -, o alojamento tem outra vantagem, que é a interação entre os participantes. Num espaço com centenas de jovens movidos pela arte, é normal que conversas regadas a música e dança vigorem até tarde da noite, inclusive desafiando o “toque de recolher”, às 22h30.

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– Se eu deixar, eles ficam até três, quatro da manhã conversando – atesta Durand.

Garantia de amizades e diversão

A perspectiva de novas amizades já se concretizou para o pessoal do Norte, que se entrosaram bem com um grupo de São Paulo, como revela o bailarino Deivit Silva, 19 anos.

– A gente é das danças populares e eles, do hip-hop. Chamaram a gente para conversar e ficamos batendo papo. Já combinamos de nos encontrar no ano que vem.

Vinda de Belém (PA), Nely Lopes empreendeu uma aventura solitária até Joinville para fazer curso. Ficará até segunda-feira, também no Recanto da Paz, onde divide quarto com mais cinco pessoas, três delas conterrâneas. A opção por alojamento também se deu por questões financeiras.

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– O hotel seria mais próximo, mas eu gastaria mais com transporte e diárias. Prefiro gastar com outras coisas, como na Feira da Sapatilha – explica a bailarina, que já aproveitou para conhecer o Beto Carrero World, em Penha. – Além disso, as pessoas me falaram que seria interessante, então é uma experiência.

Uma experiência proveitosa para Nely, que tem se divertido com conversas e sotaques diferentes no alojamento. Um ambiente caloroso que vem ajudando a amenizar o frio sentido pela bailarina, acostumada aos 40º de Belém.

– À noite, vejo pessoas de bermuda, saia. Jamais conseguiria. Me “empacoto” da cabeça aos pés e ainda estou com frio – afirma.

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Segundo Irislaine Maria Lúcio, coordenadora dos alojamentos, em torno de 8,5 mil pessoas, entre bailarinos, coreógrafos e equipe de apoio, ocuparão os cinco alojamentos até o fim do Festival de Dança. Todos foram preparados para receber os visitantes e terem manutenção ao longo do evento, com atenção especial para os chuveiros. Regulados para esquentarem ao máximo, claro.