A Companhia Águas de Joinville iniciou, neste mês, o Projeto Rota da Água. Uma série de atividades lúdicas com o objetivo de sensibilizar as futuras gerações para um tema do qual elas não escaparão, a preservação dos recursos hídricos e o consumo consciente, diante de um mundo que já vive o drama da escassez de água.
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Na primeira fase, duas mil crianças de seis a 11 anos de quatro escolas municipais participaram de oficinas, teatro de bonecos, contação de histórias e exibição de vídeo. O projeto faz parte das comemorações do Dia Mundial da Água, nesta terça-feira, e vai se estender durante o ano a outras escolas da cidade.
– A conscientização das crianças é mais efetiva, elas agem como fiscais em casa – explica a pedagoga da Águas de Joinville, Wanessa Brondani.
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A Secretaria do Meio Ambiente também preparou um ciclo de palestras para alunos dos 5º e 6º anos das escolas municipais rurais sobre a área de Preservação Ambiental (APA) Serra Dona Francisca. Hoje, 65% da água distribuída à população de Joinville vêm da bacia do Cubatão e 35%, da bacia do Piraí, ambas localizadas na APA Serra Dona Francisca.
– O ambiente não é só para nos servir. Somos parte dele, podemos utilizar, mas temos que ter consciência – afirma a pedagoga do núcleo de educação ambiental da Secretaria do Meio Ambiente, Marcela da Cruz Soares da Silva.
Nas atividades lúdicas, as crianças concordam em coro que vão cuidar do meio ambiente. Se mantiverem a promessa ao longo dos anos, Joinville tem boas chances de manter a farta fonte de recursos hídricos que possui.
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A Secretaria do Meio Ambiente monitora a qualidade das águas e os relatórios apontam que as bacias dos rios Cubatão e Piraí apresentam condições boas ou ótimas. A bacia que mais preocupa é a do rio Cachoeira.
– De 2011 a 2015, houve uma melhora na qualidade da água do Cachoeira depois de várias ações de educação ambiental. São monitorados dez pontos e, em média, o índice varia de regular a bom – explica Nathalie Fontanta, do laboratório ambiental da Secretaria do Meio Ambiente de Joinville.
Um bem que não chegou para todos
Em julho de 2010, a Assembleia Geral das Nações Unidas reconheceu a água potável segura e limpa e o saneamento como direitos humanos. A conceituada autora canadense e ativista Maude Barlow aponta em seu livro Água, Futuro Azul que a água só não foi incluída na Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 porque, na época, ninguém conseguia conceber um mundo com escassez de água potável. A história mostrou um desfecho bem diferente.
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Segundo a autora, atualmente, 3,6 milhões de pessoas no mundo (das quais 1,5 milhão de crianças) morrem todos os anos de doenças relacionadas à agua. Em 2030, a estimativa é de que quase 70% da população mundial corram o risco de viver sem saneamento.
Para muitos, o ato de abrir a torneira e encontrar água todos os dias é algo tão corriqueiro que parece difícil imaginar uma vida diferente. No entanto, a Organização das Nações Unidas (ONU) relata que, em vários países, mulheres passam até cinco ou seis horas por dia em busca de água e levam as crianças com elas.
Na visão da autora, o direito à água não é um vale-tudo, permitindo que qualquer um use a quantidade que bem entender para qualquer finalidade. Em vez disso, afirma, o direito garante água potável limpa e acessível, assim como saneamento, para uso pessoal e doméstico, para todos.
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A responsabilidade de cada um
Em Joinville, não há escassez de recursos hídricos. O que falta é uma melhor estrutura para garantir que o direito assegurado pela ONU chegue a todos. Hoje, embora a maioria da população receba água em quantidade suficiente, dados da Águas de Joinville indicam que o sistema de distribuição não alcança alguns pontos na área rural, deixando menos de 1% da população sem abastecimento de água potável.
A distribuição também é desigual. Quem mora nas regiões mais altas ou no final da rede, caso do Parque Guarani, na zona Sul, e do Jardim Paraíso, na zona Norte, só recebem água à noite.
A empresa reconhece a necessidade de ampliar a estrutura de fornecimento de água. O estudo de viabilidade para mais uma estação de tratamento na região Sul, no rio Piraí, está pronto, só que não há recursos para viabilizar a obra agora. A expectativa é de que ela ocorra em 2018.
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Outras razões que contribuem para a desigualdade são o desperdício entre aqueles que recebem a água primeiro e os vazamentos.
Dicas para usar bem
Identifique vazamentos
Um pequeno buraco de 2 milímetros no encanamento desperdiça 3,2 mil litros de água em um dia. Gotejando, uma torneira desperdiça 46 litros por dia ou mais de mil litros de água por mês. Alguns vazamentos são difíceis de perceber. O site da companhia de saneamento de São Paulo, a Sabesp, pode ajudar. Ele traz um roteiro de como identificar diferentes tipos de vazamento em casa.
Confira: www.sabesp.com.br (menu: Serviços / dicas e testes)
Monitore seu consumo
O uso de água diário per capita na América do Norte e no Japão é de 350 litros, na Europa é de 200 litros, e na África subsaariana é de 10 a 20 litros. Você sabe qual é o seu consumo? O site da Sabesp traz uma simulação para saber qual o gasto em diferentes situações a partir do tempo que a torneira ou chuveiro, por exemplo, permanecem abertos. A simulação é diferente para casa e para apartamento.
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