Na próxima terça-feira, 14 quadras no entorno da Rua Estefano José Vanolli, no bairro São Vicente em Itajaí, serão os primeiros pontos visitados pelas 14 duplas formadas por agentes epidemiológicos do município e soldados do 23º Batalhão de Infantaria de Blumenau. O primeiro dia desta nova fase da operação de combate ao mosquito transmissor da dengue começa logo após de cerimônia de abertura na escola Aníbal Cesar, às 8h. Na segunda-feira, dia do aniversário de Itajaí, os militares chegam na cidade.

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A dinâmica de prevenção muda um pouco no segundo dia da operação, mas ainda se concentra na região do São Vicente, que registra 80% dos 1,8 mil casos da doença na cidade. Ao invés de duplas, trios _ formados por dois militares e um agente _ vão fiscalizar as casas e conversar com os moradores do loteamento Bambuzal. Coordenador do Programa de Controle da Dengue de Itajaí, Lúcio Vieira, explica que as visitas continuam conforme o número dos quarteirões e não por ruas específicas. Vieira ressalta que uma equipe volante atuará especialmente em pontos dos bairros Cordeiros e São João onde houve a recusa dos proprietários:

– O Exército vem para somar. É uma força aliada na atividade de prevenção que terá a finalidade de apoio. Por serem homens fardados, acreditamos que eles vão passar a ideia de segurança aos moradores, o que vai facilitar o trabalho dos agentes.

Atualmente, a equipe que trabalha na identificação e prevenção dos focos de dengue no município é formada por 68 pessoas. Segundo Vieira, este número deve subir para 77 nos próximos dias.

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– O reforço (de soldados e agentes) veio em um momento muito importante. Por causa da queda de temperatura, as pessoas relaxam com as medidas preventivas. A prevenção de agora vai refletir na primavera e no verão, quando as temperaturas voltam a subir e as larvas viram mosquitos. O objetivo agora é diminuir a infestação – alerta o coordenador.

Trabalho do Exército é orientar e não fiscalizar

Alojados no Parque Municipal do Agricultor, no bairro Baia, em Itajaí, os 35 soldados militares do 23º Batalhão de Infantaria de Blumenau, que vão atuar no combate à dengue, estão acostumados a ficar longe de casa. O relações-públicas do batalhão, capitão Francisco Miks Filho, relembra que esta mesma equipe já participou de pacificações em favelas do Rio de Janeiro em uma operação que durou três meses. Entretanto, o oficial afirma que o pedido de ajuda foi uma surpresa para o batalhão, já que Santa Catarina nunca havia registrado uma epidemia como esta de dengue.

– É a primeira vez que participamos de uma ação assim e neste caso o trabalho da tropa é a conscientização. Não vamos fiscalizar ou julgar o morador, mas sim combater a dengue. Não entraremos em nenhuma propriedade sem o consentimento do proprietário – afirma.

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Dos 35 homens que estarão em Itajaí, 30 vão atuar diretamente nas ruas da cidade. De acordo com o capitão Miks, toda a equipe passou por um treinamento teórico e prático de três dias com profissionais da Secretaria Estadual da Saúde para estar apta a ajudar os agentes epidemiológicos.