A seis dias das estratégicas eleições parlamentares do próximo domingo, o governo argentino expressou nesta segunda-feira suas suspeitas de que houve sabotagem no acidente ferroviários que deixou cerca de cem feridos no sábado, em Buenos Aires.

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– Tão perto das eleições, sempre acontecem coisas difíceis de explicar – afirmou o vice-ministro da Segurança, Sergio Berni.

O ministro do Interior e do Transporte, Florencio Randazzo, afirmou no fim de semana que “não descartava nenhuma hipótese”, após ser indagado sobre uma possível sabotagem.

O disco rígido com as gravações da câmera de segurança que registra o que ocorre na cabine do condutor foi encontrado semidestruído dentro da mochila do condutor do trem, Julio Benítez, que foi internado, mas recebeu alta nesta segunda-feira.

– Há uma questão muito objetiva que é por que não estava no lugar em que tinha que estar, e sim em sua mochila – enfatizou Berni.

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A suspeita de sabotagem, no entanto, foi descartada pelos sindicato do setor ferroviário.

Pelo menos 99 pessoas ficaram feridas no choque do trem, na estação terminal Once de Buenos Aires.

O porta-voz do sindicato de maquinistas La Fraternidad, Horacio Caminos, informou que o condutor da composição é um profissional sério e com muita experiência.

O acidente ocorreu na mesma estação terminal onde o choque de um trem contra a plataforma de embarque deixou 51 mortos e 700 feridos em 22 de fevereiro de 2012, em uma das piores tragédias ferroviárias da Argentina. Em 13 de junho passado, outro acidente na linha Sarmiento deixou 13 mortos e 155 feridos quando um trem de passageiros se chocou com outro que estava parado perto da estação Castelar, 30 km a oeste de Buenos Aires.

Depois desses acidentes, o governo nacional anunciou uma troca de composições, todas em péssimas condições, por trens fabricados na China.

Os acidentes de trem também podem comprometer a popularidade do governo de Cristina Kirchner às vésperas das eleições parlamentares que definem o futuro do seu governo.

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