Mesmo com anos de experiência em resgates, a cena de acidentes como o ocorrido na BR-376 na última segunda-feira (25) ainda causa impacto em quem precisa atuar na linha de frente. É o caso do bombeiro Rafael da Silva Iagucveski, que coordenou as equipes do Corpo de Bombeiros Voluntários de Joinville acionadas para prestar suporte à ocorrência na qual 19 pessoas morreram e pelo menos 36 ficaram feridas.

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Depois que o ônibus de origem paraense tombou no quilômetro 668 da rodovia que liga SC ao PR, os 35 bombeiros catarinenses se deslocaram para auxiliar as equipes que atuavam no local. As principais funções dos bombeiros voluntários foram prestar os primeiros socorros às vítimas feridas, além de desencarcerar e retirar os corpos de dentro do veículo. 

– Mesmo que a gente esteja mais acostumado a lidar com essas situações, ainda sim impacta porque são vidas que se perdem – diz Rafael. 

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Há 11 anos na corporação joinvilense, Rafael também já havia coordenado as equipes de resgate do acidente registrado em 2015 na Serra Dona Francisca (SC-418). Na ocasião, 51 pessoas morreram depois que o ônibus rampou por 120 metros e caiu de uma altura de 20 metros; o maior acidente rodoviário já registrado em Santa Catarina. 

– É claro que não é bom, foi uma ocorrência muito triste, mas acabou nos trazendo mais experiência para atender esse tipo de situação – acrescenta. 

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Bombeiros retiraram corpos da parte superior do ônibus

Na última segunda-feira, sob coordenação do bombeiro Rafel Iagucveski, foi montado um plano de ação prévio para a equipe dos voluntários no local do acidente. Os primeiros socorristas chegaram para tratar vítimas feridas. Eles também auxiliaram no encaminhamento aos hospitais. 

Por volta das 10h, bombeiros do Paraná solicitaram mais mão de obra para a retirada das vítimas e corpos encarcerados. 

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– Quando a outra parte da equipe chegou ao local, pessoas com vida já não estavam mais no veículo. Ajudamos a remover os corpos de vítimas que estavam na parte superior do ônibus. Todas elas estavam mortas – completa Rafael.

O trabalho dos bombeiros voluntários encerrou por volta das 13h. 

Forma como acidente aconteceu impressiona

Para Rafael, além da cena impactante diante de tantos óbitos, a forma como o acidente aconteceu também o impressiona.

– Para mim, a cinemática do acidente. Como ocorreu o acidente. Porque é dificil de imaginar como o ônibus foi parar ali. 

Rafael explica que, pelas marcas na rodovia, o veículo saiu de pista, aparentemente bateu parte da tazeira na mureta, rolou por cima arrastando na contenção até tombar fora da pista. 

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– É impressionante tentar imaginar como o ônibus se movimentou para parar daquela forma – sugere. 

Além disso, Rafael também salienta o ponto de atenção com relação à segurança das rodovias. 

– A gente lembra dos perigos da rodovias, da imprudência de muitos motoristas. É um alerta não só para nós, mas para a sociedade como um todo – pontua. 

As causas do acidente, no entanto, ainda estão sendo apuradas pela Polícia Civil do Paraná.