Há dois anos descendo a Serra com torcedores colorados, o motorista de Bento Gonçalves Roberto Chiminazzo conheceu de perto, pela primeira vez, a rivalidade Gre-Nal extra-campo. Neste domingo, ao chegar à Capital com um dos ônibus de sua empresa, foi alvo de um tiro e atingido por pedradas na Avenida Castelo Branco, próximo à rodoviária.
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O disparo da arma de fogo acertou o coletivo, perfurou a lataria, mas não feriu nenhum dos 48 passageiros. Em um primeiro momento, Chiminazzo acreditou que se tratava do estouro de uma bomba, mas os jovens lhe avisaram sobre um buraco no corpo do veículo.
– Um Corsa cinza passou do nosso lado, houve um estouro forte. Achei que era uma bombinha, mas daí a gurizada olhou e viu que era um tiro – explicou o motorista.
O comandante do policiamento, coronel Altemir Ferreira, confirmou o ataque e disse que o caso está sendo apurado. O policial acreditava ser uma discussão de trânsito, mas o motorista descartou a hipótese.
– Acho que eles (do Corsa) viram que eram torcedores e daí atiraram. Os guris estavam quietos dentro do ônibus, não estavam agitando, sem cabeça para fora nem nada. Tinha uma bandeira que mostrava que eram colorados – disse Chiminazzo.
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Os passageiros do coletivo chegariam ilesos ao Beira-Rio não fosse um outro grupo que estava na rua. Eles passaram a jogar pedras no ônibus e uma delas quebrou um dos vidros do veículo. O estilhaço feriu um jovem de 15 anos na cabeça. A Samu foi acionada, atendeu o jovem e liberou o rapaz. A BM escoltou o veículo e o conduziu até o Beira-Rio.
– Nem registrei ocorrência porque a gente sabe que não resolve nada – declarou o motorista.
– Eu sou gremista, estava pensando até em trocar de time porque o lucro da empresa quem me dá é só o Inter. Agora com o acontecido, mais um motivo – concluiu Chiminazzo.

