A empresária Sílvia Calabresi, suspeita de manter em cativeiro e torturar uma menina de 12 anos, está na casa de prisão provisória, num complexo prisional, perto de Goiânia. Ele e a empregada doméstica Vanice, de 23 anos, não estão tendo contato com as outras 120 detentas da ala feminina, já que a direção teme pela vida das duas. Na tarde da última quinta-feira, Sílvia concedeu uma entrevista ao Fantástico durante 22 minutos. Questionada sobre os motivos que a levaram a praticar as agressões, ela acabou confessando os maus-tratos:
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– Na minha cabeça, eu não achava que estava torturando (…). Na minha cabeça, achava que eu estava educando. [Eu executei] Uma vez e não tinha esse negócio de bater todo dia. Também não tinha esse negócio de ficar amarrando todo dia. Não tinha esse negócio igual ela falou, de ficar dois anos presa. Vou confessar em juízo o que fiz, mas vou desmentir o que não fiz. Tenho consciência que daqui não saio. Quero pagar, vou pagar (…).
Foi acorrentada à escada que dois investigadores encontraram uma menina, a quem a empresária chamava de filha de criação.
– Eu quero acreditar, tenho certeza, que isso às vezes foi um presente que Deus nos deu para chegar até o local – afirmou, emocionado, o investigador Jaime Jardim, sem conseguir terminar a frase.
Na segunda-feira, dia em que os policiais entraram no apartamento, a empregada da empresária chegou a anotar a hora em que a menina foi amarrada: 5h42min. Ela só foi solta cinco horas depois.
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– Que eu me lembre, amarrei ela uma três vezes naquela escada. Só amarrei, mas machucar ela não – se defende a empregada Vanice. – E eu coloquei pimenta na boca da menina. Ela que mandou.