Igrejas de 1600 anos foram descobertas por arqueólogos no Oásis de Kharga, revelando uma parte pouco conhecida do cristianismo primitivo no Egito.
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A região, localizada a cerca de 560 km a sudoeste do Cairo, guardava estruturas monumentais que resistiram ao tempo: uma basílica de tijolos de barro, ampla e imponente, e outra igreja menor, com planta retangular e colunas externas.
Essa descoberta lança luz sobre como comunidades cristãs floresceram em áreas distantes dos grandes centros urbanos.
O achado não se limita às construções religiosas. Também foram encontrados objetos e vestígios de uma vida cotidiana vibrante, como residências, fornos e jarros de armazenamento.
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Juntos, esses elementos formam um mosaico histórico que demonstra que o cristianismo, mesmo em seus primeiros séculos, estava integrado às dinâmicas sociais e econômicas de seu tempo, tornando-se parte do tecido comunitário que estruturava a vida no deserto.
Kharga como centro de permanência no deserto
O Oásis de Kharga, onde foram achadas as igrejas de 1600 anos, sempre desempenhou papel crucial na sobrevivência de comunidades.
Em meio ao deserto, a presença de água subterrânea garantia condições mínimas para que povoados prosperassem.
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Esse contexto geográfico explica por que estruturas religiosas e residenciais puderam ser erguidas e mantidas por gerações.
Além de ser um local de subsistência, Kharga se transformou em espaço de significado cultural e religioso. Antes da chegada do cristianismo, já havia cemitérios e templos na região.
A permanência de práticas espirituais demonstra que os oásis funcionavam como verdadeiros guardiões da memória e da fé no Egito antigo.
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As características arquitetônicas reveladas
As igrejas apresentam particularidades que ajudam a entender a diversidade arquitetônica do cristianismo primitivo.
A basílica, construída com tijolos de barro, tinha salão central e duas naves laterais, o que sugere rituais elaborados, voltados para reunir grande número de fiéis.
Já a igreja menor, com planta retangular e colunas externas, possuía traços que indicam uma função diferente, talvez ligada a uma comunidade reduzida ou a ritos mais específicos.
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Essas diferenças mostram que não havia um padrão único para construções cristãs naquela época. Cada edificação refletia as necessidades locais, os recursos disponíveis e até mesmo as escolhas espirituais da comunidade.
Isso ajuda pesquisadores a perceberem como o cristianismo foi se moldando às realidades distintas das regiões em que se instalava.
O mural e sua raridade histórica
Entre os elementos mais impactantes da descoberta está o mural de Jesus curando um doente, um registro visual raro e datado de aproximadamente 1.600 anos.
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Essa pintura não apenas comprova o valor da arte sacra no Egito antigo, mas também oferece uma janela para o imaginário das comunidades cristãs, que viam na figura de Cristo a personificação da esperança e da cura.
A presença desse mural é uma prova de que a fé não se restringia ao espaço litúrgico ou ao texto escrito, mas ganhava forma em representações artísticas que atravessaram os séculos.
Mesmo fragmentados, esses traços de pintura confirmam que a devoção se expressava de forma visual, deixando marcas que permanecem até hoje como testemunhos únicos.
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Significado histórico da descoberta
A revelação das igrejas de 1.600 anos reforça a importância do Egito como berço de tradições religiosas que moldaram o mundo ocidental.
Essas descobertas comprovam que a fé cristã se consolidava mesmo em regiões distantes e menos acessíveis, desafiando a ideia de que apenas os grandes centros urbanos eram protagonistas da história da religião.
Além disso, a transição entre práticas pagãs e cristãs se torna visível em elementos encontrados no local, como inscrições coptas e símbolos arquitetônicos.
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Essa convivência entre passado e presente religioso enriquece a compreensão do processo histórico, revelando que o cristianismo copta foi fruto de adaptação e continuidade cultural, mais do que de ruptura radical.
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