Blumenau terá duas equipes na Série B do Catarinense em 2022, mas nenhuma delas jogará em… Blumenau.
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Com o acesso do BEC à competição, conquistado neste fim de semana, o Tricolor ascende ao mesmo campeonato que será disputado pelo Metropolitano, recém-rebaixado da elite. O problema é que sem estádio na terceira maior cidade de Santa Catarina, os clubes terão de optar por mandar jogos em municípios vizinhos, assim como ocorreu nos últimos anos.
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O Metropolitano, por exemplo, joga desde 2020 no Estádio Hermann Aichinger, do Atlético de Ibirama — cidade que tem cerca de 5% da população de Blumenau.
O Verdão fez uma série de melhorias na estrutura, arcou com a drenagem do campo, aumentou as dimensões e trocou o gramado, além de ter pago por ajustes até nas arquibancadas.
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Já o BEC teve de reformar o Estádio Gigante do Vale, em Indaial, casa do XV de Outubro, para poder mandar os jogos na Terceira Divisão do Estadual deste ano.
O distanciamento de ambos os clubes com a cidade ocorre porque desde o início do ano passado a Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) não quis mais alugar o Estádio do Sesi.
O motivo, sinalizado em abril de 2019, seria direcionar o complexo da Rua Itajaí a serviços de saúde e para a educação de trabalhadores. O argumento, porém, era pano de fundo para o desinteresse da entidade em manter o espaço de desembolsar valores, por exemplo, para melhorias no campo. Não era algo prioritário.
Essa situação abriu brecha para a municipalização do complexo esportivo.
Negociações retomadas
No início deste ano, o prefeito de Blumenau, Mário Hildebrandt (Podemos), enviou um ofício à Fiesc formalizando o desejo do município em assumir o complexo esportivo. Esse movimento político esquentou as conversas sobre a estrutura e trouxe à tona o debate sobre a municipalização do local.
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Até a Câmara de Vereadores chegou a criar uma Comissão Temporária Especial com o objetivo justamente de acompanhar as negociações entre o Executivo e a Federação das Indústrias.
O assunto ganhou ainda mais peso depois que o colunista Pedro Machado, do Santa, publicou em primeira mão a informação de que a municipalização do Sesi faria parte de uma estratégia turística de Blumenau.
Isso fez com que as atenções sobre o complexo esportivo não ficassem somente entre aqueles envolvidos no esporte, mas também ganhassem espaço com um importante setor da economia. Juntas, Vila Germânica e a estrutura do Vorstadt formariam o maior complexo turístico do Brasil, chegou a relatar o secretário Marcelo Greuel.
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O pedido financeiro da Fiesc à prefeitura de Blumenau, porém, foi maior do que o previsto. Isso fez com que as negociações esfriassem por cerca de 90 dias até que neste mês de novembro fossem retomadas. Os valores são mantidos sob sigilo por ambas as partes.
— Agora está sendo feita [por parte da prefeitura] uma avaliação minuciosa em cima da proposta da Fiesc, contestando os valores. É uma negociação imobiliária que não tem prazo para ser concluída e só vai andar quando chegarmos a um denominador comum — afirma o vereador Alexandre Matias (PSDB), integrante da Comissão.
Sem celeridade na negociação e com a iminência da confirmação da Série B do Catarinense para o primeiro semestre de 2022 — por conta da presença do Criciúma, também rebaixado neste ano — tudo indica que Metropolitano e BEC não jogarão em Blumenau novamente.
Ficará para 2023.
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