Aberto a toda comunidade, o acervo do A Notícia no Arquivo Histórico de Joinville (AHJ) é uma das principais e mais importantes ferramentas de pesquisas na cidade. Com centenas de edições e capas, o material passou a ser a fonte mais solicitada e consultada no local. No local, é possível pesquisar sobre diversos temas e momentos marcantes contador pelo AN, que, nesta sexta-feira (24), completa 100 anos.

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Mesmo com um público diverso, o acervo do AN tem estudantes e pesquisadores, principalmente dos cursos de História, como público-alvo. Para o historiador e coordenador do Arquivo Histórico de Joinville, Dilney Cunha, o material é fundamental para resgatar momentos marcantes da cidade. 

A Notícia celebra 100 anos com caderno especial, exposição e projeto “Joinville Que Queremos”

— É possível entender a construção e encontrar a história de Joinville a partir das capas e edições do AN, pois, desde 1923, tratou das questões locais — explica. 

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Dilney ressalta que AHJ recebeu o acervo praticamente completo do AN em 2018, sendo este um dos momentos mais importantes do local. Segundo ele, a decisão do material ficar em Justamente pelo veículo ser da cidade. O material é vasto em interesses regionais e até nacionais. 

— Fatos do cotidiano local que, muitas vezes, você não encontra em bibliografias. Para nós do Arquivo, a coleção do AN está ligada à memória histórica da cidade — destaca. 

Acervo do AN na Arquivo Histórico de Joinville é aberto à toda comunidade (Foto: Lucas Koehler, A Notícia)

A visitação ao acervo do A Notícia é gratuita e aberta à população em geral. A coordenação do Arquivo Histórico sugere, porém, que o visitante faça um agendamento prévio e, se possível, uma lista dos materiais desejados para pesquisa. O AHJ funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h. 

Linha do tempo: veja os fatos que marcaram os 100 anos de história do AN

A reportagem do A Notícia separou cinco capas marcantes para destacar nesta reportagem sobre os 100 anos do jornal. Além disso, o historiador Dilney Cunha comentou sobre cada uma delas. 

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Primeira edição do AN – 24 de fevereiro de 1923

Conforme Dilney, o AN surge em 1923, quando existia apenas um jornal em português, o já extinto “Jornal de Joinville”, fundado em 1919. O outro veículo de imprensa era o “Jornal da Colônia”, de 1862, escrito em alemão e o mais influente no município. 

Primeira edição do A Notícia foi publicada em 1923

À época, a cidade sentia falta da imprensa neste idioma, já que boa parte da população falava português. Segundo o historiador, o A Notícia significou um alívio para este público, pois poderiam se informar. Neste período, Joinville se desenvolvia após a Primeira Guerra Mundial, quando começou a ser chamada de “Manchester Catarinense”. 

Passagem do dirigível Hindenburg por Joinville – 1º de dezembro de 1936

Joinville registrou duas passagens de dirigíveis alemães. A primeira, em 1934 com o Zeppelin. Depois, em 1936, com o Hindenburg. As enormes aeronaves eram utilizadas como propaganda do governo Nazista, da Alemanha. Conforme Dilney Cunha, os objetivos passaram por cidades brasileiras que tiveram influência ou colonização germânica. 

Passagem dos dirigíveis é mencionado pelo AN em 1936

Na ocasião, a população ficou surpresa e assustada, porque não sabia muito bem o que era e estavam acostumados apenas com aviões. O historiador afirma ser difícil comentar sobre a recepção dos moradores, mas que deve ter agradado parte da população.

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— Tinha a suástica, um símbolo que já era bem conhecido. Então associaram com o governo alemão. Para muitos teve rejeição, mas outros eram simpatizantes Na época a adesão era bastante forte, incluindo Joinville — conta. 

Centenário de Joinville – 9 de março de 1951

As festividades dos 100 anos de Joinville, que duraram 10 dias, recebeu uma ampla cobertura do AN, divulgando o dia a dia das atividades e a participação da população. O historiador lembra que a sociedade havia saído da Segunda Guerra Mundial há pouco tempo, com proporções enormes, mortes e o Holocausto, causando teve reflexos em Joinville.

— Perseguições e prisões de pessoas consideradas ‘traidoras da pátria’, ‘pró Eixo’, que defendiam a Alemanha Nazista ou a Itália Fascista — lembra.

Centenário de Joinville foi tema da capa do AN em 1951

Ele ressalta que as comemorações foram uma forma de mostrar que Joinville estava se desenvolvendo, ressaltando o passado e, de fazendo uma “apologia à história da cidade”. 

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— Era o discurso da época, na linha de ‘ajudamos a construir essa cidade, então também ajudamos a construir o Brasil’ — pontua. 

Morte de Ayrton Senna – 2 de maio de 1994

O acidente e morte de Ayrton Senna, no Grande Prêmio de San Marino, na Itália, foi uma das capas do AN que destacou uma trágica história do país. A perda do ídolo brasileiro mobilizou fãs do país inteiro, incluindo Joinville.

AN fez cobertura sobre a morte de Ayrton Senna, em 1994

O A Notícia fez cobertura, na capa, de todo o acidente, traslado de corpo, velório e sepultamento.

Morte de Luiz Henrique da Silveira – 11 de maio de 2015

A morte do então senador e ex-prefeito de Joinville, Luiz Henrique da Silveira (MBD), foi mais um fato marcante na política local, já que ele foi uma das maiores lideranças políticas da cidade.

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Em 2015, a morte do senador e ex-prefeito de Joinville,
Luiz Henrique da Silveira, foi destaque na capa do AN

À época, o A Notícia fez uma cobertura completa e ampla. Na capa, se destaca a frase “fui vencedor porque combati o bom combate”.

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