Reconhecida como a melhor cidade para empreender em 2014 e como a segunda melhor nas edições de 2015 e 2016 em estudo da Endeavor – organização multinacional de fomento ao empreendedorismo, Florianópolis colhe os frutos da construção de um ecossistema muito ativo e articulado.

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Essa proximidade entre os diversos agentes que interagem para que a cidade seja destaque e referência em inovação também tem fomentado projetos inéditos no que se refere ao financiamento de negócios disruptivos e ao ambiente que eles compartilham. Numa iniciativa pioneira, mais de dez empresas de base inovadora associadas a ACATE, Associação Catarinense de Empresas de Tecnologia, se uniram para resolver um problema comum que limitava o potencial de crescimento de negócios: a falta de espaço físico para operações. A busca por um ambiente que favorecesse a troca de experiências e aproximasse negócios inovadores deu início a um projeto único no Brasil, o Piazza II.

Ineditismo

Com a necessidade identificada, a ACATE articulou juntamente com as organizações interessadas em participar do projeto a viabilização da construção de um espaço dedicado ao impulsionamento de pequenas e médias empresas inovadoras no norte de Florianópolis. Com o grupo de interesse formado, o foco voltou-se ao levantamento do financiamento para o empreendimento, localizado no Sapiens Parque. Por meio do Programa BRDE Inova, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul desenvolveu a operação de crédito para a construção do empreendimento, levando a ideia para a FINEP, parceira da organização.

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O consórcio firmado entre mais de dez empresas catarinenses – outro feito inédito – foi fundamental para viabilizar a proposta financiada pelo programa BRDE Inova com a linha FINEP Inovacred, que oferece empréstimos de R$ 150 mil até R$ 10 milhões.O recurso pode ser pago em até oito anos, com juros pela TJLP, que atualmente está em 7% ao ano. Formalizado em 2015 com a assinatura dos representantes das instituições BRDE, ACATE e FINEP, o projeto denominado Piazza II é um modelo para o país.

– Um prédio como o Piazza II é mais do que apenas um espaço físico. Ele é, por si só, um ecossistema de fomento à inovação, pensado para auxiliar pequenas e médias empresas no seu crescimento – comenta Daniel Leipnitz, presidente da ACATE.

– Foi uma operação complexa, cujos desafios foram superados pelo comprometimento, capacidade criativa e perfeita articulação entre todas as entidades envolvidas: o BRDE contribuiu com sua equipe técnica qualificada para desenvolver um modelo de financiamento coletivo, inédito no Brasil e aderente às particularidades do projeto; a FINEP proporcionou os recursos do financiamento por meio da linha FINEP Inovacred e contribuiu ativamente na estruturação da operação; a ACATE foi a responsável pela articulação entre as partes interessadas (empresas e instituições de fomento) e o Sapiens Parque que, desde o início, foi um grande incentivador e apoiador do projeto – explica Felipe Castro do Couto, gerente de planejamento do BRDE em Santa Catarina.

A iniciativa foi incomum e inédita já que uma linha ou programa de financiamento nunca havia sido utilizada para financiar a construção de um ambiente físico. O projeto pioneiro busca ser exemplo como modelo replicável.

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– Em 18 anos de investimento voltado à inovação, é a primeira vez que um projeto que envolve construção chega a esse resultado. Após a primeira experiência, vale encorajarmos os empresários, porque as próximas iniciativas tendem a ser muito mais céleres – declarou Rodrigo Coelho, então chefe do departamento de operações da FINEP, na ocasião da assinatura do contrato.

O empreendimento, finalizado em Junho de 2017 e ainda sem data para inauguração, está no terreno que é de propriedade do Sapiens Parque e que, como contrapartida, tem direito a um espaço de cerca de 450m² no prédio. Em uma iniciativa para fomentar ainda mais a inovação no Estado, o Sapiens cedeu a área para ACATE, por 25 anos, para que a entidade desenvolva no espaço atividades voltadas ao setor de tecnologia.

– A PowerOpticks foi a primeira a se mudar para o Piazza II. Acreditamos nesse projeto como uma base excelente para empresas de tecnologia. Esse empreendimento é um exemplo de como um polo de tecnologia pode ser replicado a fim de criar um ecossistema que permita o crescimento de negócios inovadores – comenta Jurandir Oliveira, sócio-investidor da PowerOpticks, uma das assinantes do consórcio.

Inovação puxa inovação

O projeto que financiou a construção do prédio no Sapiens foi inovador inclusive dentro do BRDE. Como uma instituição referência em financiamento em toda a região sul, a organização já vinha trabalhando com linhas de inovação por meio do Programa BRDE Inova, voltadas principalmente para as áreas de pesquisa e desenvolvimento de soluções e produtos em empresas inovadoras.

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– O BRDE tem sido um grande parceiro do setor, se preocupando em oferecer soluções que abracem as demandas de Santa Catarina – que é o segundo estado que mais apresenta projetos ao Finep, ficando atrás apenas de São Paulo – conclui Leipnitz, da ACATE.

O Banco foi responsável pela operacionalização do crédito de R$ 10 milhões repassados pela FINEP. Questionado sobre o impacto dessa disrupção dentro da instituição, Couto foi categórico:

– Demonstramos que uma instituição pública, reconhecida por sua atuação em setores mais tradicionais da economia, pode incorporar internamente a inovação e a criatividade tornando-se uma ferramenta importante para o desenvolvimento em todos os segmentos produtivos. Em especial, de um setor de tecnologia cada vez mais consolidado no Estado, mas que ainda não é perfeitamente compreendido e atendido pelas instituições financeiras privadas – comemora Couto.

O processo demandou comprometimento e unidade por parte dos envolvidos para que esse consórcio acontecesse. As empresas responsáveis comemoram o resultado de uma articulação ímpar vinda de um grupo tão grande.

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– O fato do BRDE ter tido a sensibilidade de enxergar as nuances desse projeto e buscar um novo modelo foi importantíssimo para caminharmos com essa proposta. A área de inovação tem necessidades diferenciadas em relação às áreas tradicionais. Um espaço físico é ainda mais importante para nós pois acelera, ajuda e empurra as startups – que, por consequência, impactam o mercado como um todo com suas soluções – comenta Túlio Duarte, sócio da Harbor, outra empresa envolvida no consórcio.

A proposta inovadora serve de exemplo para demonstrar o impacto no ecossistema empreendedor do país. Segundo Duarte, a maior mensagem que esse projeto pode passar é a de que este é um modelo viável, que pode (e deve) ser replicado. Os resultados reverberam em toda a cadeia e, entre as organizações envolvidas, é consenso os efeitos positivos de estarem presentes em um ambiente diferenciado.

– Ao participar deste movimento a NPU intensificou seu relacionamento com empresas e empresários inovadores ampliando a colaboração, que é um dos fatores chaves para inovação. A tendência é que esta aproximação se amplie – comenta Marcel Rodrigues, diretor da NPU – Nec Plus Ultra Gestão e Tecnologia, que também faz parte do consórcio.

Entre as empresas que fazem parte do consórcio que originou o Piazza II, no Sapiens Parque, estão a Harbor, WAE, CoInova, SoftCorp, SuitePlus, VH Soluções, i8, PowerOpticks, NPU, Boreste, entre outras.

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Conteúdo patrocinado pelo BRDE e produzido pelo Estúdio de Projetos Especiais & Brands