A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira (5), em Joinville, uma operação para combater crimes de lavagem de dinheiro e desvio de recursos em obras de saneamento do PAC por municípios do Sul do Estado. A ação, intitulada Hooponopono, é um desdobramento da operação Água de Prata, deflagrada em maio de 2016, e é realizada em seis cidades catarinenses e ainda em Curitiba, no Paraná.
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A operação tem como objetivo reprimir uma suposta organização criminosa que estaria infiltrada em diversas prefeituras municipais da região do extremo sul de Santa Catarina, desviando recursos públicos obtidos por meio de convênios com a União para obras de saneamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) II, em Joinville.
As apurações demonstraram que um servidor público, que mora em Florianópolis, estaria desviando dinheiro e adquirindo imóveis. Segundo oa PF, ele fazia um contrato de gaveta, adquiria um imóvel e não registrava o documento em cartório. Para a polícia, a origem do dinheiro é ilícita porque o servidor não tem capacidade financeira para o volume de bens que possui.
Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em alguns endereços localizados nos municípios catarinenses de Florianópolis (8), Governador Celso Ramos (1), Joinville (2), Blumenau (1), Vitor Meirelles (1) e São José do Cerrito (1), além de Curitiba (1), no Paraná. Também são cumpridas ordens judiciais de sequestro de bens e de bloqueio de contas bancárias.
Ninguém foi preso durante a ação desta manhã. Os documentos que foram apreendidos serão encaminhados à Justiça para corroborar com as investigações.
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Operação anterior gerou nova investigação
Documentos apreendidos em 2016 apontaram que um servidor público estaria ocultando bens suspeitos de origem ilícita, acarretando em nova investigação em conjunto com a Receita Federal. As apurações demonstram que um grupo de pessoas estaria atuando para ocultar ou dissimular a origem de recursos obtidos de maneira ilícita.
No total, 68 policiais federais, em conjunto com oito auditores da Receita Federal, estão envolvidos nesta fase da investigação. O objetivo do cumprimento dos mandados é coletar que comprovem o grau de participação dos envolvidos no esquema de lavagem de dinheiro.
No inquérito policial em andamento, os suspeitos de participarem do esquema poderão ser indiciados pela prática do crime de lavagem de dinheiro, da qual a pena máxima é de 10 anos de reclusão, além de associação criminosa que pode gerar condenação de três anos de prisão.
Nome da operação
O nome desta fase da operação é uma referência a uma prática havaiana antiga. Hooponopono, com tradução livre de "corrigir um erro" ou “tornar certo o que está errado”, é uma técnica de autoconhecimento e que busca a cura espiritual, emocional e física. No âmbito da investigação, está relacionada à busca da verdade real e correção do enriquecimento ilícito verificado na operação.
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