Há quatro anos, quando criou a Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul (ALASFS), o presidente Rudi Beckhauser anunciou: publicariam um livro de cada membro nos próximos anos. Apesar de nem todos terem levado a previsão a sério, Rudi continuou com o sonho e, mesmo com alguns empecilhos no caminho, começa a finalmente realizá-lo.
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Por isso nesta sexta-feira, às 19 horas, a Alasfs realiza uma sessão solene para empossar novos membros e para lançar as obras de quatro escritores regionais: Adauto Beckhauser, Andréa de Oliveira, Hilton Görresen e Norberto Well – o último, morto em junho de 2011, receberá uma homenagem póstuma durante a noite.
– Eu falei que faríamos duas festas por ano para lançar livros e é o que estamos começando hoje – afirma Rudi.
A sessão ocorrerá no auditório do Museu Nacional do Mar, no centro histórico de São Francisco do Sul, onde as reuniões da Academia ocorrem. Os quatro novos membros empossados hoje são Edson Viana, que assume a cadeira 17; Eliana Ignácio, na cadeira 22; Rômulo Caixeta Leite, na 26; e Donald Malschitzky na cadeira 39.
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Além deles, os artistas Mary Rosa Peters e Juarez Machado entram na Academia como acadêmicos honorários. O artista joinvilense será representado por Melina Mosimann na solenidade. Todos os livros serão distribuídos gratuitamente.
Lançamentos
“A Pa-lavra : entre o oral e o escrito – um registro de Literatura de Tradição Oral em São Francisco do Sul”, de Andréa de Oliveira
Andréa é diretora do Museu Nacional do Mar. Segundo ela, o livro é uma tentativa de salvaguardar uma parte do patrimônio imaterial francisquense presente nas cantigas, parlendas, provérbios, versos de Ratoeira, versos de pão-por-Deus, orações benzimentos, lendas, quadrinhas, adivinhas, trava-línguas, orações religiosas, folguedos e crendices. Por meio de pesquisa de campo e entrevistas com guardiões e guardiãs da memória.
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– Aprendi com Bibiana, a personagem de Érico Veríssimo do livro ‘O Tempo e o Vento’, que não se corta o fio do tempo nem mesmo com a tesoura de cortar umbigos. Já que não podemos com ele, então que o compreendamos em seu contexto histórico e que possamos valorizar esta literatura que por muitas pessoas ainda é considerada marginal – afirma a autora.
“Quando minha Avó tirava a Roupa”, de Hilton Görresen
Formado em letras, com especialização em língua portuguesa, Hilton é cronista há décadas. Escreveu para o jornal “A Notícia” desde os anos 1970 e foi cronista do “Anexo” nos anos 1980, 90 e 2000.
Tem publicadas diversas obras, além de colaborações em antologias e em sites na internet. As crônicas contidas em “Quando minha Avó tirava a Roupa” – nome de uma das crônicas do livro – são um recorte da produção dos últimos cinco anos.
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– Selecionei aquelas que eram mais leves e bem humoradas, ao estilo desta que dá título ao livro – diz Hilton.
“Contos e Crônicas”, de Norberto Well
Jornalista desde os anos 1980, Norberto viveu dedicado às palavras. Em junho de 2011, quando morreu vítima de uma parada cardíaca, era cronista semanal do “Anexo” e planejava reuni-las para lançar um livro.
Agora, elas chegam às mãos dos leitores com organização da Academia de Letras e Artes de São Francisco do Sul e prefácio do filho, Raí Jean da Costa e Silva, e da cunhada, Bruna Barreto.
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– O sonho do Norberto era compilar estas crônicas para publicar em um livro. Acho que nem ele mesmo sabia que já havia tantas: no total, eram 200 crônicas publicadas no jornal – afirma a viúva do escritor, Mari Lúcia Hoff.
“Auto da Imigração Alemã” e “Sonho, Sonhado e Realizado”, de Adauto Beckhauser
O advogado e presidente da Academia de Letras de Biguaçu, Adauto Beckhauser, lança dois livros no evento desta noite, os dois com edição bilíngüe. Em “Auto da Imigração Alemã”, ele conta a história da Revolução Federalista, quando as colônias alemãs do litoral Norte foram saqueadas pelos maragatos.
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Já “Sonho, Sonhado e Realizado”, Adauto relata a história do próprio bisavô, Johan Beckhauser, e a vinda da Alemanha para o Brasil em 1862, os problemas da viagem e os motivos da escolha pelo Brasil.
– Os livros foram sucesso em Biguaçu porque a região é de origem alemã. Eles se sentem valorizados com estas histórias”, afirma.
AGENDE-SE
O QUÊ: lançamento de livros e sessão de posse da Academia São-francisquense de Letras (Alasfs).
QUANDO: sexta-feira, às 19 horas.
ONDE: auditório do Museu Nacional do Mar, Centro Histórico de São Francisco do Sul.
QUANTO: entrada gratuita. Os livros serão distribuídos gratuitamente.