Os abusos no Presídio Regional de Joinville ocorreram quando o juiz da Vara de Execução Penal, João Marcos Buch, estava de férias. Ele interrompeu a folga e começou a apuração do caso três dias depois porque denúncias de familiares dos detentos passaram a chegar ao gabinete dele no Fórum – o diretor do presídio, Cristiano Teixeira da Silva, também estava de férias e não acompanhou o pente-fino.

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Buch visitou a unidade na mesma semana e teve contato com cerca de 180 internos do pavilhão 4. Foi quando viu com os próprios olhos os ferimentos provocados nos presos. Seis deles foram submetidos a exames de corpo de delito, que confirmaram as lesões por instrumento “contundente”.

Mas a prova que colocou em xeque a atuação dos agentes prisionais veio na apresentação das imagens registradas pelo circuito interno de segurança.

– Já tinha visto isso na televisão, mas não consigo admitir que tenham feito isso em Joinville. Sabem que não tolero esse tipo de atitude e também sabiam que havia câmeras -, afirma o juiz.

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Os exames de corpo de delito, as imagens do circuito interno e os depoimentos dos presos foram encaminhados na sexta-feira à Polícia Civil para a abertura de um inquérito.

A documentação também foi enviada ao Ministério Público, ao Conselho de Direitos Humanos e ao Conselho Carcerário de Joinville, além da corregedoria da Secretaria do Estado de Justiça e Cidadania para processo disciplinar.

– Vou acompanhar atentamente o andamento das apurações -, garante Buch.

O caso do último dia 18, avalia o juiz, pode também ter contribuído para a onda mais recente de ataques promovidos por organizações criminosas no Estado.

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– Ao que parece, não foi o fator preponderante, mas não está descartada a possibilidade de que este fato do dia 18 tenha sido um combustível -, alerta.

A cúpula da segurança pública em Joinville, diz Buch, está atenta para a possibilidade de a cidade também estar na mira das organizações criminosas. o presídio de Joinville – ano passado foram realizadas 212 operações pelo Deap.