Mais de 25 mil eleitores deixaram de votar em Itajaí no domingo. Para ter uma ideia do que isso representa, é mais do que toda a população de Balneário Piçarras, que tem 21 mil habitantes. O número corresponde a 18% dos eleitores, um percentual considerado alto, e 3% acima do índice registrado nas eleições de 2012.
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Em Balneário Camboriú, o número de abstenções proporcionais chama ainda mais a atenção: 22%, o que significa que 20,7 mil eleitores desconsideraram a obrigatoriedade do voto. Três mil a mais do que nas últimas eleições municipais.
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Entre votos brancos e nulos também houve crescimento. Em Itajaí foram 12 mil, contra 8,4 mil em 2012. Em Balneário a quantidade foi menor, de 4,8 mil votos. Ainda assim, mais do que no último pleito.
Somados os números de abstenções, votos brancos e nulos, pode-se dizer que 37 mil eleitores em Itajaí, e 25 mil em Balneário Camboriú, não escolheram nenhum dos candidatos que estavam na disputa. No caso de Itajaí, é praticamente o mesmo número de votos da segunda colocada, Anna Carolina Martins (PSDB). Um recado das urnas que não deve ser esquecido pelos candidatos.
Para o mestre em sociologia política e professor da Univali, Roberto Wohlke, o crescimento no número de votos brancos, nulos e abstenções – justamente num momento em que o eleitor parece mais interessado em política – de deve à falta de opções que representem de fato uma mudança.
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Sem identificação com os candidatos, o eleitor os coloca no rol do “mais do mesmo” e ignora o direito à escolha. O problema, diz Wohlke, é que a apatia favorece a manutenção do status quo, do que já está aí.
É hora de os partidos políticos dialogarem com as comunidades, para entenderem o que espera o eleitor que, hoje, não se vê representado por nenhuma das opções oferecidas. A julgar pelos números, é muita gente.