Quem abandona um animal comete um crime, transfere a responsabilidade e contribui para a superlotação de abrigos em Joinville – hoje o Abrigo Animal está com mais de 700 bichos. Além disso, pode gerar problemas como o que ocorreu na terça-feira, no bairro João Costa, quando um pit bull invadiu o quintal de uma casa, atacou outro cão e matou o gato dos moradores. O cão virou uma ameaça à família, que ficou trancada dentro de casa por quase três horas.

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Qual você acha que é a solução para o problema do abandono de animais?

O cão foi capturado, vacinado e está recebendo cuidados no Centro de Bem-estar Animal. Assim que estiver recuperado, o cão será disponibilizado para adoção. Um chip fará o monitoramento do animal depois que ele deixar o centro. Um homem ligou para o centro identificando-se como responsável pelo cachorro.

GALERIA DE FOTOS: animais abandonados aguardam por um lar em Joinville

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Ele disse que o cão foi roubado no final do ano. Para confirmar o que está dizendo, o suposto dono terá de apresentar documentos do animal, fotos e o boletim de ocorrência dando conta do sumiço. Após a investigação, os profissionais vão decidir o futuro do cachorro. Duas pessoas já estão na fila para adotá-lo.

O cão atacado pelo pit bull também recebeu atendimento e está se recuperando. Assim que melhorar, será devolvido à família do Costa e Silva. De acordo com o veterinário da Fundema, Luiz Felipe Jensen, a raça pit bull é dócil, porém resistente e territorialista, o que provoca conflito com outros animais.

Em casos de violência contra pessoas, o profissional explica que a responsabilidade é do dono. E quem opta em ter um animal de estimação precisa se responsabilizar por todos os cuidados veterinários, desde alimentação até vacinação.

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Superlotação

A ONG Abrigo Animal em Joinville, que já trabalha acima de sua capacidade, enfrenta um drama ainda maior nesta época do ano. No período de férias, o abandono costuma aumentar, assim como o número de bichinhos que se perdem durante as festas de fim de ano.

De acordo com a funcionária que cuida do canil, Marcia Regina Meris, o número de cães abandonados e perdidos aumenta cerca de 30% nesta época do ano. Mas como o abrigo está lotado, apenas os casos mais urgentes, de cães e gatos machucados, doentes ou filhotes, acabam sendo atendidos.

– Só cães vítimas de atropelamento, recebemos, em média, dois por dia neste fim de ano -, conta a fundadora da ONG, Osnilda Bachtold.

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– Como o Centro de Bem-estar Animal da Prefeitura fechou dia 20 e só reabriu nesta segunda-feira, acabamos sendo o único ponto de apoio da Polícia Militar Ambiental, bombeiros, cidadãos e empresas que tiveram suas instalações invadidas por cães, gatos e não sabiam a quem recorrer -, complementa.

O problema é que, com esse acréscimo dos chamados, aumentaram também as despesas. De acordo com Osnilda, o repasse mensal da Prefeitura não é reajustado desde 2009 e o valor, de R$ 12,9 mil, não é suficiente para cobrir as despesas. De acordo com Osnilda, desse dinheiro, R$ 7,9 mil são destinados para a compra de ração.

Mas como o canil abriga mais de 700 animais (sem contar outros cem que ela acolhe na própria casa), representa um gasto mensal de quase R$ 12 mil só em ração.

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– O consumo é de 4 mil quilos de ração por mês e só conseguimos nos manter porque contamos com doações. Para o pagamento do atendimento veterinário realizado em clínicas, o repasse é de R$ 4,4 mil mais R$ 1 mil para medicamentos e vacinas, mas com o grande número de casos de atropelamento, nosso gasto mensal fica em R$ 9 mil -, completa Osnilda.

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