Os meses de dezembro, janeiro e fevereiro, historicamente, registram queda no número de doações e adoções de cães e gatos atendidos pelo Abrigo Animal de Joinville. Hoje, são 326 os animais que aguardam por um novo lar no espaço mantido há 16 anos pela cuidadora Osnilda Bachtold, que fundou a instituição. No entanto, desses, pelo menos 52 deles enfrentam dificuldades maiores de adoção durante todo o ano.
Continua depois da publicidade
A explicação é a idade avançada e os cuidados especiais necessários para os bichinhos, muitos deles com problemas de saúde, o que reduz os interessados em adotar. Dos cerca de R$ 32 mil gastos para manter os atendimentos do canil todo mês, no mínimo R$ 2 mil são investidos em medicamentos e alimentação especial para essa parcela dos animais.
Entre os exemplos de animais que estão nessas condições está o Nick, que está há dois anos sob os cuidados do Abrigo Animal e nunca foi adotado. Ele tem problema crônico de pele, segundo ela, e precisa de xampu especial e medicamentos com custo de pelo menos R$ 80 ao mês. O mesmo problema, em menor grau, afeta outros residentes do local, todos conhecidos pelos funcionários pelo nome, como o Barney e o Pipo.
Parte dos cachorros que têm alguma limitação ou necessitam de mais espaço está concentrada na ala B da sede do abrigo, tido como um asilo canino. Os demais são atendidos diretamente na casa de Osnilda. Entre os pequenos nestas condições estão cachorros com membros amputados, problemas hormonais ou limitações da idade. Os filhotes Sininho e Pirulito, também em tratamento e próximos da recuperação, têm condições de adoção.
De acordo com Osnilda Bachtold, é preciso conscientização de que os animais mais idosos ou com limitações também precisam de uma família e têm tempo de sobrevida. Nos outros casos, o tempo de adoção varia, mas a realidade é diferente: alguns chegam a ser adotados em cerca de dez dias, depois do processo de castração e vacinação.
Continua depois da publicidade
— Os que estão mais velhos ou em cuidado especial, muitos chegam a olhar e não adotam. A pessoa que quiser adotar tem que estar consciente de que alguns deles precisam desse gasto extra no mês porque dependem de tratamento especial, mas eles podem, sim, ser adotados — explica.
Em contrapartida, para outros, Osnilda acredita que o Abrigo Animal será a casa deles até o fim da vida. Isso por causa da adaptação e também pela espera por um dono, que se estende por anos. Essa é a realidade do Moreno, que hoje está cego; da Berê, que já não consegue ficar em pé por causa da idade, e do Banguela, morador do local há dez anos.
Serviço:
Onde fica: Abrigo Animal de Joinville [ No semáforo de cruzamento com a rodovia do arroz, final da rua XV de Novembro, seguir sempre em frente até o cemitério da comunidade da Estrada Blumenau à direita e, olhando à esquerda está a rua do Abrigo, que termina no canil.]
Como ajudar/adotar: informações pelo telefone (47) 3416-0734