As ameaças do temido surfista havaiano Eddie Rothman ficaram apenas nas palavras, pelo menos até a abertura oficial da janela de espera do Pipe Masters.
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Irritado com a decisão da ASP de diminuir o número de vagas reservadas aos surfistas locais de oito para duas, Fast Eddie disparou contra a entidade máxima do surf e deu a entender que tanto o evento quanto os treinos dos competidores poderiam ser prejudicados em represália.
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Mas no último dia antes do início da etapa que decide o Mundial de Surf, diversos surfistas da elite puderam treinar tranquilamente nas bombas que varriam o horizonte da badalada e perigosa bancada de Pipeline. Mick Fanning (AUS), Miguel Pupo (BRA), Tiago Pires (PRT) e Aritz Aranburu (ESP) foram alguns dos que encontraram bons tubos sob um por-do-sol alaranjado.
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Entre tantos estrangeiros estavam surfistas locais consagrados, como Jamie O?brien, que parecia estar em um estado de espírito completamente diferente de seu conterrâneo Eddie Rothman.
O?brien entrou na água com um pranchão rosa-choque e, apesar do equipamento um tanto inadequado para ondas tão fortes e cavadas, deu um verdadeiro show de surf, com uma pitada de bom humor e movimentos inusitados, possíveis apenas àqueles que desde criança tem Pipeline como um playground.
Na saída do mar, Jamie atendeu aos fãs de forma extremamente simpática e foi breve ao comentar a decisão da ASP: “É boa e é ruim. Pelo menos vamos ter a chance de surfar”.
No ano passado, J.O.B. não teve essa chance. Estava suspenso pela ASP por ter agredido o brasileiro Ricardo dos Santos com um soco na cara, durante as triagens para a etapa do Taiti.
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Liberado, O?brien será um dos locais concorrentes às duas vagas de wild card remanescentes para o Pipe Masters, em um mini-campeonato com premiação de 100 mil dólares.
Seu histórico no pico o credencia como um dos favoritos, afinal venceu a etapa em 2004, quando tinha apenas 21 anos. Mesmo assim, o havaiano demonstrou-se preocupado: “Vai ser mais difícil do que nunca entrar no Pipe Masters”.
Até o ano passado, a etapa havaiana do WCT era uma exceção, já que era a única a incluir oito surfistas locais na disputa. Entre as justificativas para a redução, o diretor da ASP Renato Hickel ressaltou que os atletas que não fazem parte da elite do surf poderiam acabar atrapalhando diretamente na disputa do título mundial, algo indesejável.
De fato, um dos surfistas que garantir ingresso no Pipe Masters enfrentará Gabriel Medina logo no primeiro round. Gabriel é líder do ranking e depende só de si para se tornar o primeiro brasileiro campeão mundial da história do surf.
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Para isso, Medina vem optando pela privacidade. Na última oportunidade de cair na água antes do início da janela de espera, Gabriel nem apareceu na praia e deixou os muitos torcedores a ver navios, ou melhor, a ver Mick Fanning!
Principal concorrente do brasileiro na disputa do título, o australiano surfou um pouco mais cedo do que os outros atletas, entubou bonito de backside e foi o centro das atenções. Depois do treino, Mick Fanning saiu apressado do mar e, apesar de atender alguns fãs, preferiu não falar com a imprensa: “Desculpa, não vou falar antes do campeonato”, justificou-se antes de entrar na casa onde está hospedado, junto com Gabriel Medina e outros surfistas do mesmo patrocinador.
O 11 vezes campeão do mundo Kelly Slater, que completa a corrida pelo título, chegou ao Havaí neste domingo, mas em fase final de recuperação ainda não foi para a água.