O acidente que tirou a vida de um homem e uma mulher de Jaraguá do Sul na noite de segunda-feira (15) também contou com um momento de solidariedade em meio à tragédia. No carro que trafegava atrás de Valdenir Antunes e Vilda Lemoni Antunes, que trafegavam pela SC-110 com as netas de quatro e de seis anos, vinha uma família que pode oferecer um pouco de conforto imediato às crianças.
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Jeferson Luiz Zanata, morador de Pomerode, voltava para casa com os pais e um colaborador da empreiteira da família em Jaraguá do Sul. Era um dia comum da rotina: eles pegaram a SC-110 pouco depois das 19 horas e viram um Honda Civic passar muito rápido pela pista e ultrapassá-los. Poucos metros à frente, eles presenciaram a colisão que causou a morte de Valdenir e Vilda.
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—Só vi que o Civic bateu na Brasília. Não deu para entender se ele cortou a frente ou se foi o motorista da Brasília. Só deu pra ver que o Civic foi parar em outra pista, nem vimos como eles (as vítimas) foram jogados para fora do carro — analisou Jeferson.
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Quando parou o carro e acendeu o pisca alerta, Jeferson imediatamente viu Valdenir, que havia sido lançado para fora do veículo e ainda estava vivo, ao lado de uma das netas, a menina de quatro anos. Ela ficou desorientada por alguns instantes, levantou e foi para o meio da pista.
— Eu abri a porta e ela já veio correndo para o meu colo. Abracei como se fosse a minha filha. Olhamos para o lado e tinha a senhora com a outra menininha. Minha mãe pegou a criancinha no colo, eu peguei a outra menina e meu pai foi ver o casal. Tinha roupa, sapatinho das crianças, tudo pela pista — contou ele.
Enquanto tudo acontecia, as meninas choravam e pediam para que não deixassem os avós morrerem. Na confusão, ele chegou a ligar para a polícia antes de acertar o número dos bombeiros. Foi ele também quem, com a ajuda de um homem que estava no local, conseguiu localizar os familiares das crianças para avisá-los do acidente.
Nesta terça-feira, sabendo que os casal estaria sendo velado em Jaraguá do Sul, Jeferson e os pais foram novamente prestar assistência à família. Para as meninas, levaram cestas com chocolates, como uma Páscoa adiantada para tentar amenizar um pouco do trauma vivido na noite anterior.
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— Eu falei para um parentes deles: estavam enterrando dois parentes, mas têm que agradecer porque as menininhas nasceram de novo — diz Jeferson.