É terra arrasada. Grandes, tradicionais e poderosos partidos políticos são citados por Sérgio Machado na delação premiada que revelou aos investigadores como funcionava o braço político da Lava-Jato. E a triangulação se repete em vários casos: o político pedia o dinheiro ao ex-presidente da Transpetro, ele repassava a demanda a uma empreiteira ligada à estatal e a empresa depositava para o candidato, inclusive sob a forma de doação oficial. Um escândalo que se instala de vez no Palácio do Planalto, com Machado afirmando que Michel Temer pediu recursos para financiar a campanha do peemedebista Gabriel Chalita. É a primeira vez que o presidente interino aparece de maneira tão explícita em uma delação, fazendo companhia para os demais caciques do PMDB. A reação do Congresso a essas revelações, no entanto, é bastante curiosa. Quem circulou pela Câmara e pelo Senado teve dificuldade de encontrar parlamentar tripudiando ou apontando o dedo para o adversário. Isso porque estão todos com o rabo preso. PMDB, PT, DEM, PSDB, PP e PCdoB são citados na delação de Machado, abraçados no barco da corrupção.
Continua depois da publicidade
Corpo presente
Prestes a ter o mandato cassado, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) afirmou a aliados que vai entrar na Justiça com um pedido de habeas corpus para conseguir entrar na Câmara e participar de sua defesa. Quer ir à Comissão de Constituição e Justiça e estar no plenário no dia da votação. Medida do STF, que o afastou do mandato, impede Cunha de circular livremente pela Casa.
Acompanhe as últimas notícias sobre Política
Pressa
Continua depois da publicidade
Governadores foram chamados para uma reunião com o presidente interino, Michel Temer, na próxima segunda-feira. O assunto é a renegociação das dívidas dos Estados com a União. Na equipe do governador Raimundo Colombo, a impressão é que Temer ainda não se deu conta da urgência do caso.
Figura repetida
Depois de aparecer na delação premiada do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, Ideli Salvatti (PT) também é personagem do explosivo depoimento de Sérgio Machado. O ex-presidente da Transpetro disse aos investigadores que houve propina da Camargo Corrêa para a campanha da ex-ministra ao governo do Estado em 2010.
Leia as colunas de Carolina Bahia