Nos três primeiros anos do governo Jair Bolsonaro (PL), a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usou um programa secreto para monitorar a localização de cidadãos a partir de dados do celular. As informações foram reveladas pelo jornal O Globo, que acessou documentos e ouviu o relato de servidores da Abin.
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Na prática, qualquer celular poderia ser monitorado sem justificativa oficial. Há relatos de que o programa foi usado até mesmo contra agentes da Abin e um procedimento interno foi aberto para apurar os critérios de uso da tecnologia.
Após a publicação da reportagem, a Abin confirmou, em nota ao jornal, ter utilizado o programa. Nas redes sociais, o ex-diretor do órgão e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), aliado político de Bolsonaro, disse que o uso da ferramenta estava dentro da legalidade.
A ferramenta “FirstMile” permitia monitorar os passos de até 10 mil pessoas a cada 12 meses. Para iniciar o rastreio, bastava digitar o número de celular da pessoa.
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O programa cria um histórico de deslocamentos e permite a criação de “alertas em tempo real” da movimentação de alvos em diferentes endereços.
O software foi comprado por R$ 5,7 milhões da israelense Cognyte, com dispensa de licitação, no final do governo Michel Temer (MDB). A ferramenta foi usada pelo governo Bolsonaro até meados de 2021.
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