Não há prazo para entrega oficial da construção do viaduto e da duplicação da avenida Santos Dumont, na zona Norte de Joinville. A estimativa dos responsáveis pelas obras era de que todas as pistas estivessem liberadas para tráfego entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, mas esta data já não tem mais definição. A etapa final das obras foi desacelerada e as mesmas intervenções que estavam sendo realizadas em novembro de 2017 ainda estão em execução.

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A duplicação começou em fevereiro de 2013 e a construção do elevado, em outubro de 2016. Somadas, elas totalizam um investimento de R$ 85 milhões, o maior no setor viário de Joinville nos últimos anos, em investimento do Governo do Estado em parceria com a Prefeitura de Joinville — esta, responsável pelas desapropriações de terrenos. O primeiro prazo para término era 2016 e este foi adiado para dezembro de 2017.

Segundo o engenheiro da Secretaria de Estado de Infraestrutura, Ivan Amaral, a fase atual depende do bom tempo para ser concluída. Ela ocorre perto do elevado, em frente à entrada do Clube 31 de Julho. Por muito tempo, a sede campestre do clube foi alvo de negociação com a Prefeitura de Joinville para desapropriar parte do terreno e abrir espaço para a segunda pista da duplicação. Com o acordo, a guarita foi retirada e a entrada do local, que era mais baixa do que a via, tornou-se frente de obras para fazer a construção de um muro de gabião. Nela é utilizada uma técnica chamada terra-mexe, que levanta camadas na encosta com cestas de pedras que são travadas na terra.

Para a recomposição do aterro, é necessário que o solo esteja seco e, para isso, que não seja molhada por pelo menos três dias. Com a temporada de chuvas do verão, o engenheiro afirma que a tarefa tornou-se impossível.

— Estamos com a equipe mobilizada e não conseguimos trabalhar. Durante todo o mês de janeiro, não conseguimos as condições necessárias para as obras. Estamos, no máximo, fazendo pequenos reparos — afirma Ivan.

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Chuvas atrapalharam cronograma

Segundo ele, o cronograma de obras estava adiantado no segundo semestre do ano passado, quando choveu menos de 120 milímetros entre julho e a terceira semana de setembro, quantia menor do que a geralmente registrada em apenas um mês na cidade. Mas, enquanto não houver tempo seco, o fim das obras é imprevisível.

Quando a etapa atual for concluída, será necessário asfaltar, construir as calçadas e refazer o acesso ao clube. Só quando isso ocorrer é que as pistas no sentido norte-centro, do elevado e da marginal, serão liberadas. Apesar de estarem prontas desde outubro, elas não podem ser utilizadas por não haver ainda a duplicação daquele trecho.

A abertura das pistas norte-centro representará a conclusão das obras, mas duas demandas ficarão em aberto para serem resolvidas no futuro. Uma delas é a desapropriação de um trecho da via, em frente à Malharia Manz, em negociação com a Prefeitura de Joinville. No ano passado, uma proposta de área menor a ser expropriada do que a programada havia sido feita. Enquanto isso, foi feita uma adequação nas obras para que a pista fosse liberada. A Prefeitura de Joinville informou que não há previsão de desapropriação do terreno da Malharia Manz, porque não há recursos disponíveis do município para essa ação.

A outra interferência é a construção de calçadas em um trecho de 500 metros, pelo qual é necessário passar tubulação. A empresa contratada desistiu do trabalho e será necessário um novo processo licitatório. No local, foram colocadas pedras de britas no lugar das calçadas até que a Cia. Águas de Joinville, responsável por esta demanda, confeccione as calçadas, o que está previsto para ocorrer na metade do ano.

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Acesso bloqueado dificulta trânsito na região

Enquanto as pistas não são liberadas, as pessoas que precisam passar pelo local em direção ao centro são afetadas pelo bloqueio naquele sentido. Em todos os horários, há fila na entrada do bairro Jardim Sofia, com os motoristas que precisam fazer o desvio pela rua Dorothóvio do Nascimento, dobrando o trajeto que seria de dois para quase quatro quilômetros. Ainda que seja temporário, a falta de prazo preocupa moradores e comerciantes da região.

— Tornou-se rotineiro fechar a loja às 18 horas e passar pelo menos 30 minutos só para chegar no elevado — conta o gerente de uma loja de materiais de construção que fica a poucos metros do viaduto, Gustavo Desordi.

Segundo ele, um grande número de clientes parou de frequentar a loja porque o entrave na pista tornou o percurso muito longo. Compradores que vinham do Distrito Industrial e levavam entre cinco e dez minutos em cada trajeto, agora chegam a demorar até 40 minutos para retornar da Santos Dumont para o bairro que centraliza parte das empresas da cidade, a cerca de sete quilômetros de distância. A rua Dorothóvio do Nascimento tornou-se via utilizada pelos motoristas que vem do Norte e querem retornar à Santos Dumont em direção ao Centro e dos motoristas que acessam os bairros Jardim Sofia e Jardim Paraíso.

— Para a loja, o setor de entregas também foi afetado. Estamos fazendo um trabalho de reconquista dos clientes, mas ainda está difícil, porque a maioria alega que o problema é a distância — lamenta Gustavo.

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