O primeiro dia da temporada da tainha foi fraco. O maior lanço aconteceu na Lagoinha, onde cerca de 300 espécimes de médio porte foram capturados. O escasso resultado já era esperado pelos pescadores que aguardam pelo frio para atingir a meta de capturarem 1800 toneladas do peixe.
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Era 7h quando os pescadores da Lagoinha – Norte da Ilha – puxaram a rede com cerca de 300 tainhas. Parecia que o dia iria começar bem, mas os olheiros – pessoas responsáveis por observar o mar em busca de peixes – passaram o dia sem avistar cardumes significativos nos costões e mar aberto, conta o Valdori Alci de Almeida, que esteve no primeiro lanço de tainhas:
Na Barra da Lagoa, pescadores foram para o alto-mar tentar pegar tainha, mas voltaram com as redes vazias. A equipe de reportagem da Hora acompanhou a embarcação Felício.
Confira o relato:
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Antes das cinco da manhã todos eles já estão todos de pé, tomando café e arrumando os lanches para levar. O caminho até o barco é curto, basta atravessar a ponte pênsil, pois moram do outro lado do canal da Barra da Lagoa. Toda a preparação já foi feita no dia anterior, e o barco Felicio e sua equipe estão prontos para partir mar adentro no primeiro dia de pesca da tainha.
No barco, o capitão é seu Zulmar Felicio, o mais experiente da tripulação composto por seis homens. Seus dois filhos, Luciano e Fabiano, o irmão Joacir, além de Kiko Paulista e Juninho, amigos de longa data.
A saída na escuridão é guiada pela luz da lua e a experiência dos homens. Os olhares atentos e treinados são os únicos meios utilizados para saber se há algum cardume por perto. Luciano explica que o peixe pula, e faz uma ondulação diferente na água. Só por este movimento eles são capazes de saber a quantidade de tainhas e o traçar a estratégia para fazer o cerco:
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– Eu consigo ver a tainha há dois quilômetros de distância. Antes eu tinha um óculos meio espelhado, que me ajudava. Agora quebrou mas eu vejo mesmo assim – conta.
O dia ainda não clareou quando os homens avistam os primeiros peixes no mar, porém são de uma espécie menor, e no barco não havia uma rede apropriada. A busca continua na direção mais sul da Ilha, passando pelas praias da Gallheta, Mole, até chegar no Campeche. Próximo a Ilha do Campeche, por volta das 8h, seu Zulmar desliga um pouco o motor do barco, para dar um pouco de sossego aos ouvidos e observar melhor:
– A pesca é assim, tem que ter paciência, às vezes a gente fica o dia todo no mar e não pega nada, dai quando já tá voltando acha um cardume grande. Tem que saber esperar – ensina.
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Com 64 anos, e pescador desde os 10, seu Zulmar tem um longo conhecimento sobre a pesca da tainha, que transmitiu para os filhos.
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