Resta pouco tempo para Abel Braga vencer um Gauchão. Para ser mais preciso, cinco anos. Como a Copa do Brasil, a hegemonia no Rio Grande se tornou obsessão para o técnico. Em casa, ele fez promessa à mulher, Claudia, de se aposentar aos 60 anos.
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Portanto, depois de seis campeonatos gaúchos, a contagem regressiva está aberta.
Abel já quebrou uma promessa feita à mulher. Em 2006, jurou a ela encerrar a carreira aos 55 anos – ou seja, na temporada seguinte. Mas a conquista do Mundial abriu flanco para que se concedesse mais cinco anos de carreira.
– O Inter é tudo para mim. Aqui é a minha casa. Se ainda ganharei dinheiro em mais um ou dois clubes grandes nos anos que me sobram como profissional, será por causa do Inter. É por tudo isso que desejo demais ser campeão neste domingo – afirma Abel.
Abel conta com a rodagem de alguns remanescentes das campanhas do tetra (entre 2002 e 2005) – como Clemer, Fernandão, Edinho, Índio, Nilmar e Alex. Aposta também em um currículo com taças da Libertadores, do Mundial e de cinco estaduais (Rio, Pernambuco e Paraná). Mas falta a do Gauchão, e o Rio Grande virou sua casa tanto como o apartamento no Leblon, na zona sul do Rio.
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– Não vou te negar: já pedi este Gauchão de presente para os jogadores. Sei que muitos deles já foram campeões gaúchos, mas eu ainda não. Quero ganhar este campeonato mais do que eles – admite Abel.
Na última semana, o técnico usou a história de dois jogos para preparar o time que enfrentará o Juventude. O primeiro foi a decisão do Gauchão de 2006. O outro foi o recente Inter 5×1 Paraná, há 10 dias. Em 2006, dono da melhor campanha, o Inter perdeu a taça sem perder na final: empatou sem gols no Olímpico e em 1 a 1 no Beira-Rio. O exemplo do Paraná é bem-sucedido. O Inter precisava fazer quatro gols. Fez cinco.
– Perdi títulos do Gauchão de forma estranha, como em 1989, em um Gre-Nal que foi para os pênaltis, e o de 2006, de forma absurda, com um gol sem explicação (de Pedro Júnior, a 12 minutos do fim) – recorda Abel, que disputou o campeonato ainda 1991, 1995, 2006 e 2007.
Elogiado pelos seus discípulos por sua intuição, Abel aposta nela outra vez, diante de um adversário que ganhou todos os jogos do Inter em 2008.
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– Agora, outra vez temos a melhor campanha. Já perdemos três vezes para o Juventude na temporada, mas o que vale mesmo é o jogo deste domingo. Ele representará muito para mim e para o Zetti – resume.