O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmud Abbas, disse neste domingo que as negociações de paz com Israel continuarão até o final do prazo estabelecido de nove meses, “aconteça o que acontecer”, em entrevista exclusiva à AFP.
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– Nos comprometemos e vamos até o final dos nove meses e depois tomaremos a decisão apropriada – disse Abbas à AFP durante a entrevista em Muqataa, sede da presidência em Ramallah.
O presidente da Autoridade Palestina informou também que a equipe de negociadores dirigida por Saib Erakat, que apresentou recentemente sua renúncia coletiva, continuará até nova ordem.
– A delegação das negociações apresentou sua renúncia, que não aceitamos até agora. A direção palestina a está estudando, hoje houve uma reunião em que se falou sobre esta renúncia, mas foi decidido dar mais tempo antes de tomar uma decisão – explicou Abbas.
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O presidente pediu, além disso, uma comissão de investigação internacional sobre a morte de Yasser Arafat, depois que foram publicados os resultados de análises médicas que apoiam a tese de um envenenamento do líder histórico.
– Temos indícios de que o presidente Yasser Arafat não morreu de velhice nem de doença, mas há indícios de que morreu envenenado. Quem pôs esse veneno e quem o enviou, isso merece uma investigação. É por isso que pedimos uma investigação internacional do tipo que a França pediu para (o ex-primeiro-ministro libanês assassinado) Rafic Hariri, para descobrir quem matou Yasser Arafat – acrescentou, se referindo a conclusões de análises suíças e russas de mostras biológicas de Arafat, entregues no começo do mês aos dirigentes palestinos.
Em resposta a uma pergunta sobre a possibilidade de envolvimento de Israel na morte de Arafat, Abbas disse:
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– Não podemos acusar Israel sem sentença.
O presidente da comissão de investigação palestina sobre a morte de Arafat, Tawfiq Tiraoui, apontou Israel, no dia 8 de novembro, como “o principal e único suspeito”.