Joinville tem registrado um aumento no número de abandonos de pitbull e o problema tem preocupado protetores da causa animal e a prefeitura. Segundo dados do Centro de Bem-estar Animal (CBEA), foram encaminhados 25 cães da raça para o órgão nos últimos 12 meses.
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Atualmente, o CBEA tem oito pitbulls sob tutela, já que os demais foram adotados. A prefeitura aponta o número como “expressivo” porque representa metade da capacidade máxima do centro de bem-estar para cães de grande porte.
Os pitbulls foram encaminhados ao CBEA por meio de registros na ouvidoria do município, acionamentos da Polícia Militar ou ações de recolhimento por maus tratos identificados pelo Ministério Público. Todos os cães atendidos pelo centro recebem tratamento e são castrados, microchipados e vacinados.
Para a protetora animal e vereadora Tânia Larson, o abandono de pitbulls já era uma realidade frequente na cidade, mas se tornou um problema ainda maior nos últimos dois anos. Entre as causas, estão o abandono de cães idosos e a falta de responsabilidade dos tutores em zelar pela segurança do animal para evitar fugas.
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– Hoje, infelizmente, esse animais sofrem muito preconceito porque são bravos, por exemplo, mas posso dizer que isso depende da educação. Se ele for educado para o bem, vai ser um cachorro do bem – comenta.
Ela aponta ainda que existem pitbulls e outros cachorros que não socializam com outros animais, mas quando estão na rua também correm o risco de sofrerem maus tratos ou atropelamentos, além de latir e avançar em alguém por estarem assustados.
Temperamento dependerá da criação
A protetora animal explica que uma das questões que ajudam a evitar abandonos e fugas de pitbulls em Joinville é a segurança dos tutores com os animais. Os cães da raça não devem ser acorrentados porque o estresse aumenta e isso faz com que seja bravo e agressivo.
– Precisamos ter consciência de que adotar um animal de porta grande, como o pitbull, é ter condições financeiras. É dar liberdade e amor para que o temperamento dele seja dócil. Não é só ter o animal para que ele cuide da casa e seja agressivo – aponta Tânia.
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A prefeitura também explica que os pitbulls têm inteligência emocional que requer atenção especial do tutor. São cães indicados para casas com adultos e, de preferência, como único animal. As residências devem ter muros altos e portões fortes, já que os cães de porte atlético podem pular grandes alturas com facilidade.
Para adoção dos cães da raça pitbull abrigados no Centro de Bem-estar Animal são necessárias condições adequadas, como casa própria, muro alto e perfil para tutela. A equipe do centro verifica se o tutor pode garantir os pontos essenciais do bem-estar animal antes de permitir a adoção.
Vereadora cobra regulamentação de lei de castração
A vereadora Tãnia Larson reforça a necessidade de regulamentação por parte da prefeitura de uma lei estadual aprovada em 2007, que prevê a obrigatoriedade da castração dos pitbulls e também a possibilidade de multa para quem abandonar esses animais.
Ela defende que a melhor forma de não acontecer o abandono de animais, como os pitbulls, é a obrigatoriedade de microchipagem – já existente em lei – e castração. Segundo Tânia, cada fêmea da raça procria de 10 a 12 filhotes em cada gravidez.
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– A maioria hoje não é castrada, ou seja, podem começar a procriação quando estão na rua. Um ou outro filhote até pode ser adotado, mas e o restante como fica?
A prefeitura informou que a Secretaria de Agricultura e Meio Ambiente (Sama) realiza estudos sobre o assunto, mas não informou se tem interesse ou quando pretende regulamentar a lei estadual.
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