Dizia o poeta: “Nunca duvide do que o Avaí é capaz”. Rigorosamente verdadeiro. Poucos acreditavam na façanha de Piracicaba. A classificação veio em atendimento à letra do hino do clube: “É povo é gente, é bola pra frente, é raça, é garra.” E assim foi. Um primeiro tempo sob controle para acelerar no momento certo. Tudo funcionou a partir da fantástica presença do torcedor, culminando com as alterações positivas do técnico Roberto Cavalo. O Avaí escreveu sábado, em Piracicaba, mais um capítulo de sua gloriosa história. Muralha Gauchinho foi o nome do jogo, decidindo a classificação do Avaí. Mas foi o goleiro Flávio que permitiu que isso fosse possível com uma atuação marcante nos momentos decisivos. Marcos Telles e Naílton foram perfeitos, Valdir um gigante, ao lado de Perivaldo. Marquinhos Rosa foi importante na hora de desacelerar o adversário. A raça de Fantick e a participação dos demais completaram a atuação do Avaí em Piracicaba. Batata quente O Figueirense fez o dever de casa. Não quebrou o tabu e nem estava preocupado com isso. Um ponto para confirmar a segunda posição era o que precisava. Usou Batata, o nome do jogo, com três gols, em tarde quentíssima, e chegou. O Criciúma foi um grande adversário e botou o Figueira para correr. O Criciúma já tem um novo ídolo. Cuca tirou o Tigre de situação difícil e vai para luta final na repescagem. O saldo Mesmo usando a velha malandragem do futebol, entrando em campo 15 minutos depois de todos os outros jogos iniciados, o Joinville não contava com uma vitória tão folgada do União em Cariacica e nem com a performance do Avaí, em Piracicaba. O saldo de gols impediu que Santa Catarina conseguisse a terceira vaga para a segunda fase. Na verdade, a desclassificação do campeão não se deu sábado. Repescagem O empate com o Figueirense tirou a chance do Tigre jogar a segunda partida em casa. Cuca, que recentemente dirigiu o Remo, conhece bem a Tuna Luso. Mais do que nunca, todos os segmentos da cidade deverão estar unidos em torno do representante da cidade. É possível sair dessa. Adversários O Figueirense terá, amanhã, nos Aflitos, em Recife, além do Náutico, a dupla Kuki e Jacaré, e a fanática torcida pernambucana. Já o Avaí espera a lotação da Ressacada para fazer o resultado contra o Ceará, de Luiz Carlos Cruz, que conhece bem o futebol catarinense. Para estes jogos do mata-mata vale o saldo de gols. Quem joga em casa primeiro, precisa sair bem para administrar o segundo jogo fora. Surpresa? O preidente da FCF me disse que estará amanhã no Rio de Janeiro tratando da criação da Liga Nacional, convocado pela CBF. De passagem, disse que haverá surpresa ligada ao poder que a liga terá. Deixou transparecer que a CBF continua poderosa e a Liga nascerá sem a força que imaginava. É bom esperar o resultado da CPI, hein Delfim? Positivo Não há como negar. O Avaí foi o herói da rodada. É preciso registrar como fator positivo de sua classificação a presença da fiel torcida. Uma dura viagem de 15 horas, em condições não muito favoráveis, e 90 minutos de apoio ao time em um calor de 35°C ao sol, foram definitivos para a grande conquista. Negativo O time do Joinville é bom, o trabalho da diretoria excelente, mas faltou o apoio decisivo da torcida, que só compareceu no jogo decisivo de sábado. Foi pouco. O Ernestão andou vazio nos dias de grandes jogos. Até um pacote com preços especiais foi lançado e não correspondido. O bicampeão merecia mais atenção.
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