Quero agradecer aos leitores que continuam enviando suas percepções sobre o novo design do Diário Catarinense. Também reafirmo o nosso compromisso de avaliar cuidadosamente cada sugestão recebida e de prestar contas sobre os encaminhamentos dados.

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Hoje vou falar de um tema que apareceu em comentários enviados por e-mail: o espaço da publicidade nas páginas do DC.

De São Joaquim, Jorge Dotti Cesa observou: “Tenho a nítida sensação que os anúncios comercias aumentaram e tiveram mais destaque”. Um exemplo citado pelo leitor: “A coluna Visor, que merecidamente é a porta de entrada do DC, é um exemplo de piora do jornal: maior e ladeada pela charge do Zé Dassilva e pela coluna do Sérgio da Costa ramos, era uma entrada brilhante. Agora, além da perda de espaço, contrasta com um enorme anúncio comercial.”

Integrante do sempre atento Conselho do Leitor do jornal, José Ruis também comentou por e-mail: “Particularmente, aprovei as mudanças, achei legal. Mas também achei que o conteúdo jornalístico, ao menos nesta primeira semana, caiu. Sem contar com o aumento da publicidade.”

A um sincero muito obrigado ao Jorge e ao José, gostaria de acrescentar uma explicação: o percentual de publicidade do DC não mudou com o novo design do jornal. Nas sete primeiras edições, entre 5 e 11 de agosto, a média de espaço pulicitário foi de 34% versus 66% de espaço editorial. É verdade que edições como as de quinta e sexta-feira costumam ser mais procuradas pelos anunciantes e o percentual pode aumentar, mas a média se mantém.

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Para ser considerado saudável economicamente, um jornal tem em média 1/3 de suas páginas com publicidade. Trata-se de um dado mundial, mencionado em eventos da World Association of Newspapers (WAN), a Associação Mundial de Jornais. Afinal, produzir conteúdo exclusivo e de alta qualidade custa caro. Colunistas, editores, repórteres, assim como uma impressão de qualidade e um papel melhor, têm custo elevado. Jornais sem publicidade encontram dificuldade para produzir conteúdos próprios e manter bons jornalistas e colunistas.

É importante ressaltar ainda que a publicidade é considerada por muitos leitores como uma fonte de informação. Os anúncios informam quanto custa o carro, qual o último lançamento, como estão os preços de televisores e artigos de supermercado, os detalhes de um lançamento imobiliário etc. Em resumo, ajudam o leitor a tomar a melhor decisão de compra. E a preferência de anunciantes pelo DC ocorre justamente pela relevância do jornal no mercado publicitário, ou seja, quem anuncia tem retorno.

Também gostaria de mencionar o forte investimento do DC em reportagens especiais como a série Terra contestada, sobre a ocupação indígena no Morro dos Cavalos, um conjunto de matérias que mereceu 27 páginas editoriais em seis dias de publicação.

É possível que a percepção de leitores vigilantes como Jorge e José Ruis tenha origem em outra característica do novo desenho do DC: de fato, a publicidade concentrada nas páginas iniciais aumentou, asssim como o espaço da coluna Visor ficou menor e a charge de Zé Dassilva migrou para as páginas de Opinião, mais para dentro do jornal. Um bom ponto para acompanharmos com atenção a partir de agora.

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