Uma das cenas mais emocionantes da cerimônia de despedida de Max Luiz Bombazaro, de 22 anos, que morreu na quinta-feira em acidente de trânsito na Beira-Mar Norte, foi uma carta escrita pelos amigos que o jovem conquistou em quase dois anos vivendo em Florianópolis. Centenas de pessoas compareceram à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no fim da tarde de sexta-feira e acompanharam os lamentos de quem perdeu um amigo inesquecível.
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Em sete parágrafos, os amigos tentaram resumir uma vida de amizade e carinho com o estudante de Relações Internacionais que sonhava em ser médico, mas que, há pouco tempo, havia decidido ser engenheiro.
Confira o texto completo:
“Eu sempre achei que a gente é mandado para a Terra para realizar três grandes feitos: aprender a amar, ensinar a amar e mudar a vida de alguém. Talvez a razão de você ter nos deixado tão cedo é que você veio para cá apenas para realizar duas: nos ensinar a amar e mudar as nossas vidas. Você já sabia amar. Você amava as pessoas com uma intensidade e facilidade sem igual.
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Você tinha um sorriso sempre guardado para qualquer um, independente de como o seu dia estivesse ruim. Era sempre um dia ensolarado como o de hoje, como os das muitas caminhadas que fizemos, você ouvindo meus problemas e eu os teus – mesmo que nem sempre você quisesse desabafar-, como das muitas mensagens e ligações em que você dizia: “eu preciso ver gente”.
Dizem-nos para dançar como se ninguém estivesse olhando. Você não apenas dançava, você vivia. A vida era uma festa contigo. Você me ensinou a amar, um amor amigo, que não julga ninguém. Afinal nós todos temos um lado de loucura.
Você me ensinou a lavar a louça e tirar de pequenas coisas da filosofia para vida. Você daria sim o melhor marido. Você deixou todas as suas amigas viúvas antes do tempo.
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Você mudou a vida de todos nós. Não há quem te conhecesse que não passasse pelo “efeito Max”. Você era tão Max que era impossível não se sentir ao lado de um amigo de infância, mesmo que tenha te conhecido por apenas alguns minutos. Eu me sentia melhor ao seu lado. Você fazia bem para as pessoas e elas para você.
A maior dor para mim, quando alguém parte, é não saber se elas estão bem, não poder ligar e dizer: “só liguei para saber como você está, sinto a sua falta”. Mas eu sei que contigo eu não preciso me preocupar. Eu sei que você está cercado de amigos, aonde você for. Todos “embobecidos” pelo seu único “efeito Max”.
Não seria você se não houvesse um pouco de drama “mexicano.”