A vida da Priscila, em Blumenau, também já estava bem planejada e estável quando começou o distanciamento social. Ela é analista de controles internos em uma cooperativa de crédito. Mas em home office, ela percebeu que precisava trazer mais movimento e animação para a rotina. Enquanto assistia ao Jornal do Almoço, na NSC TV, viu a apresentadora Laine Valgas falar de uma pessoa que estava ensinando a fazer pão pelas redes sociais. Era o impulso que faltava. 

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– Na verdade, sempre fui avessa ao on-line, né? Pra mim tinha que estar o professor lá na frente, explicando, e a gente assistindo. Então, desconstruí tudo isso. E foi muito bom! – relata Priscila Natália da Silva. 

Quando as aulas começaram, ela não sabia nem como começar a fazer um pão. Nunca tinha feito. As aulas aconteciam ao vivo. A professora inclusiva conseguia ver a Priscila fazendo o pão e dava sugestões em tempo real. Hoje, Priscila tem uma renda extra com os pães de fermentação natural que faz em casa e vive cheia de encomendas. Já adaptou a lavanderia, colocou um forno industrial e segue cheia de novos planos! 

– Quero fazer outros cursos, quero fazer um no Rio de Janeiro, por exemplo. Quero um lugar maior, pra aumentar a produção – fala animada.

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Priscila tem uma renda extra com os pães de fermentação natural que faz em casa e vive cheia de encomendas (Foto: Patrick Rodrigues)

Sueli Mayer, de Braço do Norte – Sul de Santa Catarina – estava cheia de planos quando a pandemia começou. Tinha uma viagem marcada para a Europa. Ela adiou a viagem, mas não desanimou. Aos 64 anos, começou a fazer aula de inglês todos os dias por um aplicativo no celular. A aposentada quer estar mais preparada pra quando o dia da viagem remarcada chegar. 

– As aulas de inglês fizeram com que tirasse o foco da pandemia, então, e fui me sentindo mais realizada – comenta Sueli.

Neuroplasticidade: uma capacidade de todos

A ciência tem uma explicação para o que aconteceu com as pessoas que você viu nesta reportagem. É a neuroplasticidade, também chamada de plasticidade cerebral.

– A neuroplasticidade é a capacidade que o cérebro humano tem de ampliação, de reter novos aprendizados, de se adaptar às novas experiências – explica a psicóloga Iracy Tonolli. 

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Mais do que uma função cognitiva, essa habilidade cerebral traz benefícios emocionais:

– A pessoa acaba se reforçando com isso, reconhece habilidades e se valoriza – acrescenta a especialista.

A psicóloga alerta que, nesse período em que muitas pessoas estão mais sozinhas, tem aumentado o tempo de uso da tecnologia e das redes sociais. O uso sem controle, sem cuidados, pode aumentar a ansiedade e trazer outros problemas à saúde mental. 

– Muitas pessoas, sem ter atividades, acabaram se direcionando para situações que não são positivas, como uso excessivo de tecnologia. A tecnologia é uma ferramenta excelente, mas preciso entender o impacto que tem se eu ficar o tempo inteiro acessando redes sociais, ou notícias de cunho negativo, isso com certeza vai possibilitar um aumento da ansiedade ou outras emoções desagradáveis – esclarece a psicóloga. 

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Além de aproveitar a neuroplasticidade, as pessoas mostradas nesta reportagem têm outra coisa em comum: o sorriso no rosto. É incrível ver a leveza e a alegria quando elas contam que descobriram algo que realmente gostam de fazer.

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Elas estão conseguindo colocar amor no que fazem, um ensinamento precioso que Jesus Cristo nos trouxe. O amor pode mudar tudo. E trazer vida e renovação para onde quer que seja, em qualquer momento.

*Texto de Patricia Silveira, da NSC TV

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