A Finlândia será o primeiro país a erguer uma espécie de “caverna definitiva” para armazenar combustível nuclear já usado, concebida para durar cerca de 100 mil anos.

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De acordo com a rede americana CNBC, o empreendimento inédito, conduzido pela empresa Posiva, é tratado como um marco no manejo seguro da energia nuclear e até como exemplo para outras nações.

Projeto fora do comum

Os restos produzidos pelas usinas, conhecidos como resíduos nucleares, oferecem sérios perigos à natureza por causa da alta radioatividade que concentram.

Por isso, são acondicionados em recipientes específicos e levados a locais de descarte reforçados com concreto, onde precisam permanecer por séculos, como acontecerá na “caverna geológica” finlandesa.

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Segundo a CNBC, a expectativa é que a instalação esteja em operação até 2026.

Nesse espaço, o combustível já esgotado será colocado em cápsulas blindadas e enterrado a mais de 400 metros de profundidade, em uma região de rochas no sudoeste do país.

Esses contêineres, produzidos em cobre de grande durabilidade, ficarão isolados da superfície e guardados no subsolo chamado de “Onkalo” por dezenas de milhares de anos.

Um processo que levou décadas

Apesar de ser a primeira a criar esse abrigo permanente, a Finlândia levou muitos anos até atingir essa fase.

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As etapas iniciais começaram em 2004, quando o local foi definido e tiveram início estudos e escavações. Mas a perfuração da “caverna” só começou em maio de 2021.

Desde o começo da chamada “era nuclear”, há mais de meio século, um dos maiores dilemas sempre foi o destino dos rejeitos radioativos gerados pelas usinas.

O programa finlandês de descarte surgiu em 1983, quando foram criados dois depósitos provisórios para armazenar lixo nuclear.

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Mais tarde, em 1995, o governo criou a Posiva Oy, empresa responsável por desenvolver a solução de armazenamento profundo. Após quase dez anos de pesquisas, nasceu o plano do “Onkalo”.

A lógica do subterrâneo

Segundo a World Nuclear Association, a medida considerada mais confiável sempre foi enterrar os rejeitos em camadas profundas da crosta.

Na prática, entretanto, isso era feito de forma temporária, enquanto não se encontrava uma alternativa definitiva.

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Como outros países lidam com isso

Nos Estados Unidos, por exemplo, o material radioativo continua sendo mantido em “tonéis secos” localizados nas próprias usinas, já que projetos permanentes não avançaram.

O governo americano chegou a aplicar bilhões de dólares em propostas que incluíam desde enterrar os resíduos em montanhas de Nevada até em vastas formações de sal no subsolo do Novo México.

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