Há 13 anos, quando deixou a Venezuela rumo a Florianópolis, o professor universitário Joel Perozo, 41 anos, não tinha a menor ideia da cidade que o esperava. Veio de mudança aproveitando uma oportunidade de estudo. Apesar de vir do Caribe, Joel não gostava de praias. Passou a frequentá-las e virou fã depois que conheceu Floripa. Mas não foram as belas praias da Capital que mais encantaram o venezuelano. O que lhe chamou a atenção na cidade foram as pessoas.
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– Aqui temos todos os tipos, e isso faz com que ela (a cidade) tenha um chamariz – afirma.
Joel diz que se sente muito bem acolhido e que não se vê como haole. Ele acredita que a mistura das pessoas acaba criando um clima de solidariedade.
– Sinceramente, é como se eu tivesse nascido aqui. O professor, que sempre viveu em cidades grandes na Venezuela, vê a Ilha de Santa Catarina como pequenas cidades numa só. Cada região possui suas próprias características, paisagens e cultura. Ele diz, por exemplo, que se você observar as pessoas que moram no Bairro Ingleses, elas serão totalmente diferentes das que moram no Centro ou no Ribeirão da Ilha. Este é o momento, na opinião de Joel, de planejar o crescimento da cidade.
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– É a hora de a gente decidir pra onde e como Floripa deve crescer. Na percepção do venezuelano, de 1999, quando chegou, até agora, o crescimento é desordenado. Na visão dele, falta consciência de preservação. Ele alerta que se os moradores não cuidarem da cidade, não serão os turistas, que estão de passagem, que irão se preocupar com isso.
– A Ilha é cheia de áreas de proteção ambiental e a grande maioria das pessoas nem sabe que isso existe. Acho que falta uma conscientização que realmente a gente está num lugar privilegiado – alerta.