Líderes do movimento do futebol americano no Brasil consideram Santa Catarina como um berço da prática do esporte no Brasil. Joinville, Florianópolis, Brusque, Blumenau, Corupá, Itajaí e Jaraguá do Sul são cidades em que a prática do esporte vem de anos e ajudaram a difundir pelo país, junto de estados como Paraná, São Paulo e Paraíba. Nas palavras do atual presidente da Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), Gustavo Sousa, indiscutivelmente o Timbó Rex é o melhor time de Santa Catarina e um dos quatro melhores do país, ao lado de Vasco da Gama Patriotas, Coritiba Crocodiles e João Pessoa Espectros.
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Timbó Rex: estrutura em busca da profissionalização e final do Estadual
O futebol americano praticado no Brasil cresce de mãos dadas com a audiência na televisão dos jogos da NFL, a liga norte-americana. Nos últimos três anos cresceu em 800% o número de casas brasileiras com a TV ligada nos jogos da bola oval, o que fez o país virar o terceiro maior mercado da modalidade no mundo, atrás somente dos Estados Unidos e do México.
Voltando para a nossa realidade, o T-Rex tem uma média de público de mil pagantes por jogo em casa, número que, para os dirigentes da equipe, só não é maior pela própria capacidade do Complexo Esportivo de Timbó. Em uma comparação rápida, é o dobro da média de público dos jogos do Metropolitano no Campeonato Catarinense de 2016 (com a ressalva que o time de Blumenau mandou suas partidas em Jaraguá do Sul por causa das obras de reforma na pista de atletismo do Estádio do Sesi).
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– Tudo nasceu com um grupo de jovens que se juntou, criou parcerias e foi dando certo. As demandas cresceram, as parcerias também e a prefeitura acompanhou. É um case de sucesso do esporte de Timbó que outras modalidades já se espelham. – avalia o presidente da Fundação Municipal de Esportes (FME) de Timbó, Márcio Elisio.
Não é surpresa caminhar pelas ruas de Timbó e, no lugar das camisetas de times de futebol, ver torcedores na rua com o vermelho e preto do T-Rex. Ato que já se espalha para as cidades vizinhas, especialmente Indaial, Blumenau e Itajaí. Mas como um time de futebol americano conseguiu ser abraçado pelo Vale do Itajaí? A fórmula de sucesso está no envolvimento com a comunidade:
– É uma cultura que a gente traz. Não adianta só entrar em campo, jogar e ganhar tudo. Tem que ter uma parte lúdica, tem que ir para as escolas cativar as crianças, fazer trabalhos sociais. Se ficar só jogando e jogando, se não tiver uma parte que envolva a cidade, não adianta nada – afirma o presidente do clube, Igor Rick.
Construção de um
estádio exclusivo
Para a cidade abraçar ainda mais a equipe, existe um plano de construir em Timbó o que seria um dos primeiros estádios de futebol americano do Brasil. O Rex tem o projeto e a prefeitura apoia a ideia, falta encontrar um terreno apto. Rick conta que, no ano passado, chegaram perto de bater o martelo, mas questões ambientas inviabilizaram o terreno em vista. Agora eles continuam procurando em Timbó e nas cidades vizinhas.
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– Eles precisam de um estádio. Com o crescimento da modalidade é algo necessário. Para a prefeitura o futebol americano já é de suma importância hoje em dia, com mérito da organização deles – destaca o presidente da FME.
Muito mais do que um time
O ponto que mais dá valor ao fenômeno T-Rex além dos resultados em campo é o fato de ter expandido sua marca. Hoje o Rex é mais que uma equipe de futebol americano, é uma marca consolidada e respeitada na região. Além do time principal, há três categorias de base (para crianças de 9 a 11 anos, 12 a 15 e 16 a 19), um time feminino e três modalidades em parceria com a prefeitura: vôlei, handebol e basquete.
Cerca de 80 crianças e adolescentes treinam nas escolinhas do Rex com professores que jogam no time principal.
– A parceria com o Rex saiu por causa do case de sucesso deles. O município tem os treinadores e dá estrutura para os times, enquanto eles entram com a busca de apoiadores. A marca do Rex tem credibilidade na cidade, é mais fácil de conseguir patrocínios – explica Márcio Elisio.
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