Ele é dono de um charme e talento indiscutíveis, mas Johnny Depp não se enquadra exatamente na categoria de galã, pelo menos não na definição de um galã tradicional.

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Ele tem estilo próprio, personalidade marcante e exerce um forte magnetismo sobre as mulheres, mas nunca quis ser vinculado a esse rótulo, por isso optou por interpretar personagens excêntricos e atuar em filmes independentes que lhe dessem a oportunidade de explorar sua vocação artística.

Mesmo assim, precisou lidar com a exposição da vida particular em tabloides sensacionalistas por causa de problemas com drogas e seus relacionamentos, muitas vezes conturbados, com mulheres famosas, como Winona Ryder e Kate Moss.

Em 2006, quando deu vida ao inesquecível e tresloucado capitão Jack Sparrow, da sequência “Piratas do Caribe”, foi colocado sob os holofotes do circuito hollywoodiano e ganhou a veneração americana.

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Em 2009, foi eleito o melhor artista da década pela Entertainment Weekly, considerado o homem mais sexy do mundo pela revista “People” por duas vezes e deixou sua marca na Calçada da Fama, em Los Angeles.

Assim como os personagens que interpreta, Johnny Depp também pode ser considerado um outsider e levou uma vida bem fora dos padrões convencionais.

A história pessoal e a trajetória profissional de mais de 20 anos do ator, que se tornou um dos melhores de sua geração, são contadas na biografia ilustrada escrita pelo norte-americano Nick Johnstone e lançada no Brasil pela Editora Universo dos Livros.

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Descendente de alemães e irlandeses, ele nasceu em 9 de junho de 1963, em Owensboro, Kentucky, e foi batizado de John Christopher Depp 2º.

Johnny foi o quarto filho do casal, um engenheiro civil e a garçonete Betty Sue Palmer, e ganhou o apelido para diferenciá-lo do pai.

Ainda na infância, após a morte do avó de Depp, o qual chamava carinhosamente de Paw Paw (Pó Pó), a família mudou-se para a Flórida a fim de tentar uma nova vida. Tiveram que morar em várias hospedarias até que os pais encontrassem um emprego. Ele mesmo diz que, aos 15 anos de idade, a família tinha mudado de cerca de 20 casas.

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Na escola, sentia-se isolado e era alvo constante de provocações de um grupo de garotos, mas também fez bons amigos. No entanto, quando o convidavam para ir à casa deles, Johnny experimentava outro tipo de vida familiar, com pessoas sentadas todas à mesa para o jantar e pratos que incluíam salada. Para uma criança criada à base de lanches e um tipo de comida caipira, aquilo era completamente diferente e até estranho.

Aos 12 anos, influenciado pelo gosto musical do irmão mais velho, Danny, tornou-se um grande fã de rock, principalmente da banda Kiss.

Certa vez, ao tentar imitar as apresentações do vocalista do grupo, Gene Simmons, ele e um amigo atearam fogo a uma camiseta presa a um cabo de vassoura, e Johnny colocou gasolina na boca para cuspir fogo.

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Por uma fração de segundos, seu rosto se cobriu de chamas e quase ganha cicatrizes pelo resto da vida. Por sorte, os ferimentos foram superficiais e justificou os machucados para a mãe dizendo que foi um acidente com fogos de artifício.

Na adolescência, consolidou a fama de encrenqueiro que tinha na escola e confessou em entrevistas que até os 14 anos havia experimentado todos os tipos de droga e até participou de pequenos furtos em lojas.

O sonho do garoto rebelde era ser um astro do rock’n’roll. Apesar de tocar guitarra desde os 12 anos, um presente da mãe para tentar canalizar a energia e frustrações do filho, ele nunca frequentou aulas de música. Aprendeu a tocar apenas ouvindo os discos das bandas preferidas, como Kiss, Aerosmith e Alice Cooper e formou a primeira banda aos 13 anos, a Flame. Nessa época, deixou o cabelo crescer e afastou-se de atividades escolares.

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Algum tempo depois, as preferências musicais de Danny voltaram a influenciá-lo. Escutava o disco “Astral Weeks”, de Van Morrison, através da parede que separava os quartos e se dedicou a estudar a coleção de discos do irmão. Escutava de tudo, desde trilha sonoras de filmes, como “Laranja Mecânica”, a Bob Dylan e compositores clássicos, como Brahms e Mozart.

Foi nessa época que ele começou a marcar o corpo com tatuagens – a primeira foram as iniciais no braço – além de cortes. Em 1993, ele revelou a uma revista que via o próprio corpo como um diário e que as cicatrizes eram registros de eventos e momentos marcantes de sua vida. Ele só não explicou se eram cortes tribais, assim como as tatuagens, ou um ato de autoflagelação, sintoma de distúrbio psicológico e emocional.

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